5G no Brasil disponível apenas 11% do tempo, na Índia é 52%
Comparação mostra velocidade maior no Brasil, 350 Mbps contra 243 Mbps
Um novo relatório da Opensignal compara a evolução do 5G no Brasil e na Índia, países que deram a largada para implantar a nova onda tecnológica quase ao mesmo tempo e completam dois anos de serviço disponível.
O resultado mostra que apesar de contar com conexões mais rápidas, o Brasil está bem atrás da Índia em disponibilidade. Na Índia, os usuários de 5G conseguem ficar 52% do tempo conectados em redes de quinta geração. No Brasil, isso acontece apenas 11% do tempo.
As velocidades médias de download do 5G na Índia caíram de cerca de 300 Mbps no primeiro trimestre de 2023 para 243 Mbps no segundo trimestre de 2024, principalmente devido ao congestionamento da rede, como resultado da adoção mais rápida do 5G e do aumento do consumo de dados por usuário. As velocidades de download do 5G no Brasil atingiram 350 Mbps, graças ao uso da faixa de 3,5 GHz.
No Brasil, além de 99% das medições terem verificado que o 5G é predominantemente na faixa de 3,6 GHz, as larguras de faixas são mais altas (acima de 100 MHz) para 40% de suas conexões de quinta geração, o que resulta em velocidades mais rápidas. Em contrapartida, apenas 18% das conexões 5G da Índia usam larguras de faixa acima de 100 MHz, o que contribui para menores velocidades.
Embora o espectro seja um fator crucial que influencia a experiência 5G dos usuários, há outros fatores que contribuem, como a densidade populacional e a infraestrutura de backhaul. A Índia é o segundo país mais populoso do mundo. De acordo com os dados mais recentes do Banco Mundial, a densidade populacional do país é de 473 habitantes por quilômetro quadrado, 18,5 vezes maior que a do Brasil, com 26 habitantes por quilômetro quadrado.
E a disponibilidade limitada de backhaul de fibra na Índia, especialmente em áreas rurais, leva a gargalos, diminuindo as velocidades de 5G. O backhaul móvel, embora comum em regiões rurais, não tem a capacidade de suportar o 5G de alta velocidade da mesma forma que a fibra.
Além disso, a baixa densidade populacional do Brasil com vastas áreas remotas, como a floresta amazônica, cria desafios econômicos para a implantação do 5G em áreas rurais e remotas. As operadoras enfrentam custos mais altos por usuário e menor retorno sobre o investimento (ROI) ao construir infraestrutura em regiões pouco povoadas.