Governo

Dataprev: Ordem é destruir silos de dados

Soberania na nuvem é relativa, diz Rodrigo Assumpção "Brasil não produz, compra"

Dados públicos e privados fazem parte da grande infraestrutura nacional de dados, a servir o país da capacidade “necessária para a vida no século 21”, como descreveu o presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção.

O tema foi objeto de um painel nesta quinta, 31/10, durante a Semana Nacional de Inovação 2024, na Escola Nacional de Administração Pública.

Assumpção explicou que, do lado do governo, a política de estruturação dos dados avança para o cumprimento da determinação de aprimorar o uso das informações nos diferentes entes públicos.

“Quando o presidente fala a base de dados do Brasil, são todos os dados que o país precisa para funcionar, para existir. Dados que vão além dos dados do governo. Na Infraestrutura Nacional de Dados tem dados da iniciativa privada, tem dados da academia, tem dados dos indivíduos, e tudo isso está na trajetória de organização e estruturação dessa infraestrutura necessária para a vida no século 21”, disse o presidente da Dataprev.

Isso significa que todos precisam colocar os dados à disposição do acesso efetivo. “Compartilhem seus dados, porque se você não compartilhar os dados, alguém vai vir e vai compartilhar por você. É isso que está acontecendo. Já estamos além de uma fronteira qualquer da discussão de silo. Agora é efetivamente construir as formas concretas de administrar a destruição desses silos. E a linguagem agressiva é proposital”, disparou Assumpção.


Nuvem soberana

Como uma das grandes estatais estruturantes, a Dataprev relativiza a soberania da nuvem de governo. Assumpção lembrou que a computação nuvem já se consolidou há pelo menos 15 anos e que o Brasil participa apenas como consumidor, não como ator do desenvolvimento. “Há que se questionar, como estratégia, se ainda dá tempo de participar como um agente de desenvolvimento da tecnologia.”

“Soberania, do ponto de vista de um Estado, é controle sobre um ativo: acesso, cuidado e uso efetivo. Nessa discussão das nuvens soberanas, vamos ter condições de controlar distintamente melhor o acesso e a continuidade do acesso a esses dados. Mas estamos usando tecnologia chinesa, estamos usando tecnologia americana, estamos dependentes ainda de processos tecnológicos e de evolução dessas tecnologias. Então, no mínimo, há relatividade em relação a esta soberania”, disse o presidente da Dataprev.

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