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Analistas de TI pedem intervenção de Lula para negociar após desistência recorde no Enem dos concursos

Ofício lembra que escassez de profissionais abre brechas para vulnerabilidades cibernéticas e trava inovação com a IA.

Os analistas de Tecnologia da Informação federais querem a intervenção do presidente Lula para reabrir negociações sobre a carreira com o Ministério da Gestão. Em ofício desta segunda, 10/2, à Presidência da República, apontam para uma “situação crítica”, evidenciada pela maior desistência do Concurso Nacional Unificado.

A desmotivação entre os ATIs tem se agravado, refletindo na perda contínua de profissionais para outros cargos no setor público e privado, como demonstrado no recente concurso para APO-TI. Esse cenário compromete a execução das políticas públicas digitais e as metas de Transformação Digital do governo federal. No Concurso Nacional Unificado (CNU), o cargo de ATI registrou a menor concorrência no Bloco 2 e uma das menores notas de corte, evidenciando a baixa atratividade da carreira, mesmo após a reestruturação”, alega o ofício da Associação Nacional dos Analistas em TI, Anati.

Segundo a entidade, dados preliminares mostram que, dos 2.305 candidatos aprovados no CNU, 153 optaram por não assumir suas vagas, dos quais 94 são da carreira de ATI – o que significa que 61,43% de todas as desistências se concentraram nesse cargo.

Os analistas reconhecem que o Ministério da Gestão reestruturou quatro categorias em 2023, inclusive a de ATI, mas alegam que o processo deixou de adotar medidas que pudessem equiparar a remuneração dos ATIs à de outras carreiras de tecnologia da informação no Executivo, como APO-TI, IPEA, STN e BACEN.

Alegam, ainda, que com apenas 410 ATIs ativos em mais de 250 órgãos federais, a escassez desses especialistas abre brechas para vulnerabilidades em segurança cibernética, riscos de corrupção e dificuldades na implementação de inovações, como a inteligência artificial.


“Queremos apenas sentar, demonstrar onde erramos e propor uma saída, com o objetivo de reter o ATI no governo e tentar atrair quem ainda não chegou”, diz o presidente da Anati, Thiago Aquino.

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