
A necessidade de promover a diversidade, especialmente de gênero, no campo da Inteligência Artificial foi tema de destaque durante o Tech Bank Forum, realizado pela Network Eventos. Adrielle Marchesini, da Associação Brasileira de Inteligência Artificial, alertou para o problema da escassez de mão de obra qualificada em TI e como essa situação se agrava na área específica de IA. E como isso reforça a necessidade de maior diversidade no mercado de trabalho.
“A questão da força de trabalho quando chega um movimento de inovação é sempre de uma corrida para uma adequação. Exatamente por isso a ABRIA acaba de lançar o Comitê de Futuro do Trabalho e Educação, onde a gente vai ter um mapa de trabalho ao longo do ano para discutir sobre habilidade, sobre desenvolvimento, sobre como o ser humano pode trabalhar em conjunto com a IA. A gente sempre fala de ganho de eficiência e não de substituição”, afirmou Marchesini.
“Há mais de 15 anos se fala em apagão de mão de obra na TI. Quando a gente afunila isso para o mercado de inteligência artificial, a questão é ainda maior. Temos um cenário clássico de necessidade de investimento e de crescimento de uma tecnologia, porque ela vai trazer melhoria para negócios, para economia, para a sociedade, mas a gente não tem quem opere”, disse.
Marchesini destacou que a questão da diversidade é uma prioridade para a associação, que inicia seus esforços focando na inclusão de gênero. “O mercado de tecnologia já é historicamente mais masculinizado, a gente está num evento aqui sobre o setor financeiro, que também é extremamente masculinizado. Quando a gente recorta para a IA, fica ainda mais masculinizado. Então a gente quer mostrar que existem mulheres que estão trabalhando com inteligência artificial para que elas sejam uma referência, principalmente para meninas e para mulheres em transição de carreira. Mostrar que a inteligência artificial é um caminho viável, não é só para homens, é também para mulheres.”
Para concretizar esse objetivo, a ABRIA lançará o livro “Mulheres na IA”, que trará o perfil de 10 mulheres que atuam na área em diferentes campos e níveis hierárquicos. “Você não precisa ser a grande líder para trabalhar com IA, você pode ser a dev, você pode ser analista, você pode ser arquiteta de sistemas que conhece de IA e usa IA no seu trabalho, então a gente entende que o primeiro ponto a ser atacado é o de mulheres, a partir daí a gente vai trabalhar também com a inclusão de outras minorias”, concluiu Marchesini.