GovernoInternetMercadoTelecom

Demanda de São Paulo exige a instalação de 95% mais antenas de 5G

Nas 10 maiores cidades do país, demanda média exige crescimento de 39% de antenas 5G até 2029

Um estudo publicado pelo IPE Digital aponta que o Brasil enfrenta um déficit significativo na infraestrutura de redes móveis, especialmente para a tecnologia 5G. De acordo com a análise, a demanda atual exigiria 23% mais estações radiobase (ERBs) do que as existentes hoje. Considerado um crescimento conservador do tráfego de dados, precisam ser mais 35% nos próximos cinco anos, pressionando investimentos no setor.

São Paulo, por exemplo, precisa dobrar o número de antenas instaladas até 2029, como mostram as projeções do estudo Expansão da Cobertura Móvel no Brasil: Uma Necessidade Estratégica para o Desenvolvimento Nacional.

O levantamento, que avaliou a cobertura em 10 grandes cidades, destaca que regiões metropolitanas já operam no limite da capacidade. Além disso, 31% das rodovias federais e estaduais pavimentadas ainda não têm cobertura móvel, o que demandaria mais 2 mil novas estações apenas para atender a essas vias. Se incluídas as estradas municipais, o déficit salta para dezenas de milhares de ERBs.

O estudo propõe quatro medidas prioritárias para acelerar a expansão da cobertura, começando pela simplificação do licenciamento, uma vez que apenas 1 mil municípios seguem a Lei das Antenas (Lei 13.116/15), criando entraves burocráticos. Também defende que sejam direcionados recursos do Fundo de Universalização das Telecomunicações para áreas remotas.

A IPE Digital aponta, ainda, para parcerias público-privadas (PPPs), em modelos que atraiam investimentos privados em regiões menos rentáveis, com apoio de bancos multilaterais, além das obrigações em leilões de espectro, que poderão exigir metas de densificação de ERBs em futuros editais da Anatel, especialmente em faixas como 600 MHz e 700 MHz.


O relatório enfatiza que a expansão deve priorizar o “adensamento positivo” – levar sinal a áreas desassistidas, como rodovias, vilas rurais e periferias urbanas, em vez de apenas aumentar a capacidade em regiões já atendidas. Um exemplo citado é a Região Metropolitana de Belém (PA), onde a cobertura 5G ainda apresenta falhas significativas, mesmo com a proximidade da COP-30 em 2025.

Botão Voltar ao topo