
Por Roberta Prescott
“As prestadoras de pequeno porte (PPPs) ajudaram — e muito — a democratizar o acesso SCM no Brasil e, com isso, o Brasil teve aumento de empresas SCM e, hoje, é o país com maior número de provedores de acesso do mundo. Diante disso, houve a necessidade de traçar medições e perfis”, assinalou Humberto Calza, coordenador da Anatel, no painel sobre balanço das redes PPPs no Abrint Global Congress – AGC 2025, que acontece em São Paulo.
Em sua fala, Calza destacou números do Relatório Setorial sobre o desempenho das PPPs no mercado de banda larga fixa (Serviço de Comunicação Multimídia – SCM). Apontou, por exemplo, que, nas regiões Norte e Nordeste, entre 70% e 80% do SCM vem das pequenas provedoras. Já no Brasil, a média é de 66%.
Com relação a investimentos, 64% do total de investimentos em SCM é proveniente das PPPs. “Elas precisam construir infraestrutura do zero em projeto de longo prazo, enquanto as incumbentes têm infraestrutura montada desde a época da privatização; por isso as PPPs tendem a investir muito mais”, apontou Calza. Já em tráfego de dados, “em torno de 46% do tráfego de SCM é decorrente destas prestadoras e entendemos que pode ser maior”, conforme assinalou o coordenador da Anatel.
Enquanto o consumo médio em PPPs e incumbentes, ficou praticamente igual — 520 gigabytes por mês —, a estimativa do preço com base no ARPU destoa. Para PPPs está entre R$ 90 a R$ 92 e para incumbentes entre R$ 100 e R$ 103 por mês. “Em tese, as PPPs têm preço menor e um dos motivos é decorrente que elas prestam serviço em regiões com menor poder aquisitivo”, justificou.
Ao fechar sua fala, o coordenador da Anatel chamou a atenção para que as PPPs se atentem mais à acuracidade de seus dados para a elaboração do relatório setorial. “O maior desafio que temos junto às PPPs foi em relação aos dados apresentados por alguns. Houve necessidade de exclusão de outliers, de dados muito acima ou abaixo do mercado. A Anatel vem trabalhando junto a PPPs para elas terem maior qualidade na apresentação das informações para quando for possível elaborar novo relatório informações mais acuradas”, disse.