Um projeto de transformação digital na Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo gerou R$ 882 milhões em receitas adicionais em 12 meses através de inteligência artificial aplicada à gestão hospitalar. O sistema, desenvolvido pela Liberty Health em parceria com a AWS, revolucionou a operação de 900 unidades de saúde da capital paulista, conforme revelou Henrique Nixon, Chief Strategy Officer (CSO) da empresa, ao participar do Simpósio de Setor Público da AWS, em Brasília.
O projeto enfrentou desafios em três frentes: migração total para nuvem, interoperabilidade de sistemas e eficiência operacional. “Transformamos 29 hospitais em 100% cloud em seis meses. Hoje são mais de 900 estabelecimentos”, detalhou Nixon. A arquitetura em nuvem reduziu em 1.800% os custos de processamento ao adotar soluções como armazenamento S3 e processadores ARM.
A interoperabilidade permitiu criar históricos clínicos unificados, enquanto a IA generativa automatizou processos burocráticos: “De um exame com alteração ou diagnóstico de câncer, geramos sumários clínicos inteligentes com um clique”, explicou o executivo.
A ideia, reforçou Nixon, é atacar primeiro onde é possível haver ganhos de eficiência. “Nossa missão em nenhum momento é substituir o profissional de saúde. A visão é tirar essa carga burocrática que o profissional de saúde tem hoje e deixar ele mais com o paciente, tendo um contato mais humanizado. A gente ataca fluxos burocráticos e processos que travam o atendimento. Por exemplo, o médico gasta dois minutos para cadastrar um paciente. Leva 15 minutos para fazer uma evolução administrativa. Não faz sentido. Hoje, o médico gasta 80% da consulta fazendo o trabalho burocrático e 20% ou até menos conversando com o paciente. Vamos inverter isso.”