
A Claro firmou nesta terça-feira, 20/5, um acordo com a ONU Mulheres para a viabilização de um projeto para apoiar mulheres em situação de violência doméstica e refugiadas. A iniciativa, decorrente de ação da Anatel, será implementada em 10 capitais brasileiras e oferecerá capacitação em direitos humanos e letramento digital, visando a autonomia financeira das participantes.
O projeto “Mulher + Tech – conexão para novos começos” deve contar com a participação de 10 organizações parceiras da sociedade civil, com atuação regional, que, sob a supervisão da ONU Mulheres, entidade reconhecida como uma voz forte e ressonante para mulheres e meninas no Brasil e no mundo, serão responsáveis pela operacionalização das capacitações e acompanhamento das participantes durante as agendas presenciais.
As organizações, que serão selecionadas por meio de edital, irão receber um investimento inicial para apoiar a implementação do programa – ou ‘investimento semente’ –; além de suporte em infraestrutura, com conectividade e equipamentos, fornecidos pela operadora.
O ciclo de capacitação e letramento digital terá duração de um ano e vai contemplar 1.300 mulheres. No início do programa, as participantes já recebem um chip da operadora com plano gratuito por 12 meses. Ao final, a Claro também oferecerá um aparelho celular para todas as participantes presencialmente capacitadas, que alcançarem mais de 75% de frequência, para que possam colocar em prática as habilidades digitais desenvolvidas para conquistar oportunidades de trabalho e independência financeira, possibilitando mais autonomia e melhores condições para suas famílias.
Segundo dados pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil – 2023”, realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo DataFolha, 35 mulheres foram agredidas física ou verbalmente por minuto e cerca de 51 mil mulheres sofreram violência diariamente em 2022. Um estudo desenvolvido graças à cooperação técnica entre ONU Mulheres, a ACNUR, Agência da ONU para Refugiados, e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), identificou que dentre as mulheres venezuelanas interiorizadas 5,74% relataram ter sofrido algum tipo de violência.
José Félix, presidente da Claro, comenta que o projeto nasceu de conversas com a Anatel sobre a diferença que o acesso à conectividade e a ferramentas digitais poderia fazer no dia a dia desse público. “A tecnologia desempenha um papel essencial na nossa sociedade e pode representar uma oportunidade única de recomeço para essas mulheres. Temos o propósito de usar a conectividade como uma ferramenta para transformação e uma forte conexão com o pilar de responsabilidade social. Neste projeto, focamos naquilo que temos de melhor, a conectividade e o conhecimento de tecnologia da Claro e seu compromisso com a Responsabilidade Social, e convidamos a ONU Mulheres para somar com a experiência acumulada durante anos de atuação em prol da promoção de melhores condições para mulheres em situação de vulnerabilidade”, conclui Félix.
A Representante Interina de ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino, ressalta a importância no letramento digital para a autonomia econômica de mulheres e para o enfrentamento da violência: “A digitalização do trabalho revolucionou nossas vidas, mas também amplificou as desigualdades e abriu espaço para novas formas de violência. Por isso, é estratégico investir e mobilizar para diminuir a lacuna que ainda existe no acesso das mulheres ao conhecimento e recursos. Só assim elas serão capazes de efetivar seus direitos também com o uso das novas tecnologias”, afirma.
A parceria foi celebrada em evento nesta terça-feira (20), com a presença de autoridades, como o Ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, seu antecessor, o Deputado Federal Juscelino Filho, e representantes de entidades da sociedade civil e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), como o Presidente Carlos Baigorri e os Conselheiros Cristiana Camarate e Alexandre Freire, este último, responsável por iniciar o diálogo com a Claro que originou o projeto.
“Este projeto representa um passo importante na redução das desigualdades e no fortalecimento da autonomia de mulheres que, historicamente, enfrentam desafios para conquistar os mesmos direitos e oportunidades que os homens”, conclui Alexandre Freire, Conselheiro da Anatel.