Inovação

Revolução da IA está nas pequenas empresas

“Não precisa ter um bilhão de dólares para entrar no jogo”, diz David Li, do Shenzhen Open Innovation Lab

A inteligência artificial não é um jogo exclusivo para gigantes com bilhões de dólares em investimento. Ao contrário, o exemplo da China é de que a grande revolução da IA vem do trabalho de pequenas empresas. E esse foi o recado de David Li, diretor-executivo do Shenzhen Open Innovation Lab, durante o 5º Congresso Brasileiro de Internet, promovido pela Abranet nesta quinta, 22/5, em Brasília

Para ele, a inovação real está nas pequenas e médias empresas que aplicam a tecnologia de forma prática e escalável. Li destacou que a IA passa por ciclos de euforia a cada década, mas só agora começa a mostrar resultados concretos. “Há 30 anos, nos prometiam IA em 10 anos. Agora, finalmente, vemos aplicações reais”, disse.

Enquanto nos EUA o foco está em modelos como o ChatGPT, na China, a revolução acontece nas pequenas empresas que usam IA para resolver problemas do dia a dia. “Não são a Tencent ou a Alibaba que lideram essa transformação, mas sim startups locais que enxergam oportunidades em setores como varejo, manufatura e serviços urbanos”, explicou.

Um dos casos citados foi o das máquinas de venda automática inteligentes, que usam reconhecimento visual para cobrar o consumidor apenas quando ele retira um produto. Na indústria, sensores com IA fazem manutenção preventiva e controle de qualidade, aumentando a eficiência em fábricas que produzem milhões de dispositivos por ano.

O especialista ressaltou que o modelo de código aberto está impulsionando a inovação na China, permitindo que pequenas empresas adaptem IA a seus negócios sem depender de grandes players. “Ninguém precisa de um bilhão de dólares para entrar nesse jogo. Um grupo de engenheiros talentosos, com alguns milhões, pode criar soluções poderosas”, afirmou.


Um exemplo é o DeepSeek, um modelo de linguagem desenvolvido por uma startup chinesa sem investimento bilionário. “Foi um projeto de paixão, não um plano do governo”, esclareceu Li, criticando a narrativa de que apenas empresas americanas dominam o setor.

Para Li, o futuro da IA está na capacidade de pequenos negócios de integrar a tecnologia de forma ágil e rentável. “O ecossistema ideal é aquele que permite startups de todos os tamanhos prosperarem, não apenas os unicórnios”, concluiu.

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