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Telebras negocia preço com teles para modelo inédito de rede de governo no Brasil

“Tráfego de missão crítica tem que ser prioritário e isso é algo que ainda não temos no país”, diz Leandro Guerra, da EAF, responsável pela rede privativa federal

Tech Gov Forum Brasil 2025

A Rede Privativa de Telecomunicações do governo federal depende de uma negociação com as principais operadoras móveis do país, Vivo, Claro e TIM, para compartilhamento de rede, em um sistema inspirado nas redes virtuais (MVNO), mas que incorpora um regime inédito no Brasil de priorização de tráfego – e cuja própria remuneração implica em um novo modelo de negócios.

“Chamo essa solução de compartilhamento da rede de acesso. O modelo que se adota agora, como perspectiva, é uma negociação do governo, Telebrás, com as operadoras para o uso dessas redes de acesso, considerando as características dessa rede [privativa], porque é necessário ter duas funções muito importantes, que é a preempção e a priorização do tráfego em relação ao tráfego civil. O tráfego de missão crítica tem que ser prioritário em relação ao tráfego comum. Isso está alinhado às melhores práticas mundiais, mas é inédito no Brasil”, explicou Leandro Guerra, presidente da Siga Antenado/EAF, empresa criada por força do leilão do 5G para construir a rede privativa.

O estado dessa implementação foi tema do Tech Gov Fórum Brasil, realizado pela Network Eventos em 25/6, em Brasília. “É uma negociação pelo uso da rede de acesso, então existe uma remuneração, logicamente, dessa rede com um tipo de uso de tráfico que é inédito no Brasil. Então essa negociação deve estar acontecendo e tão logo a gente tem a finalização, a gente consegue implementar o LTE, que é o core, LTE, que é o centro núcleo da rede na tecnologia 4G.”

Na prática são duas redes, porque, além da infraestrutura móvel, haverá rede fixa em todas as capitais. Guerra ressaltou que os anéis óticos metropolitanos estão avançados nos estados. “Esse processo evoluiu bastante, já iniciamos o trabalho em 26 capitais, praticamente 50% dos anéis ópticos de cada rede metropolitana já foram construídos e os equipamentos também já foram adquiridos”, disse o presidente da EAF.

“Fizemos um processo de concorrência no final do ano passado. O SD-WAN é na tecnologia Fortinet. Em GPON, roteadores e switches, esse ecossistema é fornecido pela Huawei. Todos os equipamentos já estão no Brasil. O MCPTX é a plataforma de integração, a fornecedora é a Motorola, e pega todo o legado.”


Ao todo, são 1,5 mil quilômetros de cabos de fibra ótica. O projeto prevê 6,5 mil pontos de conexão, mas até só foram indicados 340 endereços pelo governo federal. A implantação começa com 1 mil terminais, para as fases de teste da rede, integração com redes legadas da polícia, bombeiros, emergência. Um primeiro core, com 5 mil acessos LTE, terá funcionalidades push-to-talk, push-to-video, push-to-data, serviços de dados LTE. O projeto total prevê 150 mil acessos e um core duplicado, em Brasília e Rio de Janeiro.

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