
Ao apresentar o relatório de auditoria (em PDF) que embasou a recomendação que acabou por revogar o primeiro pregão de computadores como serviço no governo federal, a Controladoria-Geral da União levantou questionamentos sobre a vantagem ou não desse modelo inovador. O pregão, avaliado em R$ 485.9 milhões, foi revogado pelo Ministério da Gestão para reavaliação aprofundada.
A auditoria preventiva, conduzida pela Coordenação-Geral de Auditoria de Tecnologia da Informação (CGATI) da CGU, analisou os documentos-chave da contratação, como o Estudo Técnico Preliminar (ETPC), Termo de Referência (TR) e Mapa de Gerenciamento de Riscos. Utilizando também a ferramenta Alice, a IA da CGU que analisa editais, a CGATI apontou o que entende como fragilidades no planejamento da licitação.
Entre os pontos de questionamento da CGU, destacam-se a necessidade de uma participação mais ativa da Secretaria de Governo Digital (SGD/MGI) no planejamento da licitação. A CGU ressaltou a falta de uma análise comparativa de custos robusta entre o modelo PCaaS e a compra tradicional de equipamentos, não evidenciada no Estudo Técnico Preliminar. Além disso, foram apontadas falhas nos requisitos de Segurança da Informação e Privacidade (SIP) e a ausência de riscos relacionados à fase de execução contratual no mapa de gerenciamento de riscos.
O pregão suspenso havia atraído a adesão recorde de 87 órgãos, com a previsão de fornecimento, manutenção e suporte de mais de 47 mil equipamentos. Deste total, 35.132 seriam desktops, com valor estimado de R$ 384,7 milhões e prazo contratual de 60 meses, e 12.369 notebooks, orçados em R$ 101,1 milhões para um período de 48 meses.