Entre os dias 19 e 21 de agosto, o Centro de Convenções Ulysses Guimarães receberá a 7ª edição do Brasília Mais TI, evento promovido pelo Sindicato da Indústria da Informação do Distrito Federal (Sinfor-DF). Paralelamente, será realizada a 14ª edição do Prêmio Sinfor de Tecnologia. E um dos destaques será o sorteio de R$ 100 mil em bitcoins.
“Muita gente ainda não sabe como receber ou armazenar bitcoin. Queremos mostrar que basta ter uma carteira digital, sem necessidade de conta bancária”, diz o presidente do Sinfor-DF, Carlos Jacobino. Ele explica que o encontro reunirá governo, empresas, academia e startups para discutir tendências em tecnologias emergentes, como blockchain, inteligência artificial (IA), computação quântica, deep tech, cibersegurança e GovTech.
O executivo ressalta que o debate sobre blockchain irá além das criptomoedas, explorando casos de uso como gestão de documentos públicos e arrecadação de impostos com mais transparência e segurança. “Hoje, em Brasília, temos empresas que desenvolvem soluções de blockchain aplicadas ao setor público, como a Goledger, que mantém uma rede própria para processos imutáveis e auditáveis”, afirma.
A regulação dos criptoativos também estará em pauta. Jacobino citou o exemplo dos Estados Unidos, onde fundos de pensão já podem incluir bitcoin em seus portfólios, como sinal de maturidade e segurança jurídica do ativo. Ele criticou, porém, a postura conservadora de alguns bancos centrais diante da inovação: “Em vez de se isolar, o ideal seria integrar-se ao ecossistema”.
Outro eixo central do evento será a inteligência artificial, tema que, para Jacobino, já é imprescindível em qualquer setor: “Nos anos 1990, se a empresa não tinha site, estava fora do mapa. Hoje, se não considera IA em seus processos, também está”.
O dirigente, no entanto, alertou para riscos de uma regulação excessivamente restritiva no Brasil, especialmente em relação a direitos autorais no treinamento de modelos de IA. “Se o texto for aprovado como está, qualquer projeto nacional terá custos que concorrentes estrangeiros não têm, o que compromete a competitividade”, explicou.
A programação do Brasília Mais TI inclui ainda fóruns temáticos — como o de mulheres na tecnologia e o RHDI, voltado ao impacto da inovação no mercado de trabalho —, hackathons, exposições de robótica e painéis sobre educação, saúde, segurança e competitividade.
“É um evento do setor produtivo, feito pelo setor produtivo, para pensar como a tecnologia pode resolver problemas, gerar emprego, renda e riqueza para o país”, resume Jacobino.
