
O governo federal indicou nesta quinta, 4/9, que vai chamar mais 182 analistas de tecnologia da informação dentre os aprovados no Concurso Nacional Unificado realizado em 2024. Até aqui, tinham sido chamados 226, diante das 300 vagas previstas no CNU para o cargo.
Para a Associação Nacional dos Analistas de TI, que representa servidores dessa carreira no governo federal, a nova leva de convocações reforça a posição da entidade de que os salários não são atrativos para garantir ao governo preencher as vagas desejadas.
“É importante lembrar que foram necessárias quatro chamadas, com quase 500 pessoas sendo chamadas, para as 300 vagas iniciais, e menos de 200 se inscreveram para o Curso de Formação, tendo apenas 182 concluído o curso”, diz o presidente da Anati, Luiz Alexandre Silva.
Para a associação, a maior dificuldade está na remuneração abaixo de outros órgãos do próprio governo para esse tipo de especialista. O governo federal alega que os analistas de TI ficaram seis anos com salários defasados, mas que a carreira foi reestruturada e os vencimentos corrigidos no final de 2023.
Mesmo assim, os ATIs reclamam que a carreira paga menos do que ganham analistas em diferentes entes federais. “Outras carreiras, inclusive do executivo federal como no IPEA, Tesouro Nacional, TCU, CGU ou Banco Central pagam R$ 21 mil em início de carreira, enquanto no Executivo essa remuneração só vem depois de 20 anos”, diz o representante da Anati.
Com a nova chamada, o Ministério da Gestão espera contar com um total de 408 novos servidores para tocar, especialmente, projetos relacionados aos serviços públicos digitais. Se todos assumirem os cargos, o total de analistas de TI na administração direta vai praticamente dobrar. Já os atuais funcionários alegam que a demanda, inclusive para a gestão de contratos de tecnologia, beira os 1 mil servidores.