Sete em cada 10 alunos do ensino médio usa inteligência artificial em tarefas escolares
Uso chega a 29% nos anos iniciais do fundamental. Pesquisa alerta para necessidade de orientação aos professores.

A edição 2024 da Pesquisa TIC Educação, divulgada pelo Cetic.br nesta terça, 16/9, revela que a inteligência artificial generativa já faz parte da rotina de estudantes brasileiros, especialmente no ensino médio. Segundo o levantamento, 37% dos alunos usam ferramentas de IA em atividades escolares, índice que sobe para 70% nos anos finais do ensino médio.

O dado evidencia a rápida adoção da tecnologia, mas também expõe um descompasso: apenas 19% dos alunos disseram ter recebido orientação de seus professores sobre como usar IA em tarefas acadêmicas.
“Sete em cada dez alunos no ensino médio já usa IA generativa para auxiliar nas pesquisas escolares. E se esse é um retrato de 2024, mostra que essa adoção se deu em um curtíssimo espaço de tempo e precisa servir de alerta. O ambiente escolar precisa incorporar tecnologia, mas de forma crítica e responsável”, destacou a coordenadora do CGI.br, Renata Mielli.
Uso de IA para (em %) | Textos, apresentações, gráficos | Site, blog, jornal, revista | Podcast, rádio online | Músicas, vídeos, imagens | Pelo menos um uso |
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Anos iniciais do Ensino Fundamental (4º e 5º ano) | 18 | 8 | 43 | 13 | 29 |
Anos finais do Ensino Fundamental | 40 | 18 | 17 | 22 | 51 |
Ensino Médio | 64 | 21 | 7 | 29 | 71 |
A pesquisa mostra ainda que a preparação dos docentes para lidar com essas ferramentas é insuficiente. Apenas 54% dos professores participaram de atividades de formação continuada sobre tecnologias digitais, e em muitos casos sem foco específico em inteligência artificial.
“Temos um avanço das tecnologias, mas ao mesmo tempo a necessidade de maior intensidade de educação digital nas escolas. E isso exige que os professores também estejam preparados para serem mediadores da apropriação dessas tecnologias pelos estudantes – mas pouco mais da metade recebeu alguma formação”, disse a coordenadora da pesquisa, Daniela Costa.
