IBGE quer integrar a nuvem soberana do governo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está se articulando para integrar o projeto de nuvem soberana do governo federal, iniciativa coordenada pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI) que prevê o uso de data centers nacionais para o armazenamento e o processamento de informações sensíveis da população brasileira. A avaliação foi feita por Bruno Santos, coordenador de infraestrutura de data centers do IBGE, em entrevista à Convergência Digital durante a Futurecom 2025.

Segundo Santos, o projeto representa um marco estratégico para o país ao centralizar em estruturas locais dados hoje pulverizados em diferentes órgãos e bases. “É um projeto de fundamental importância para o Brasil. Ele consiste em utilizar a infraestrutura de data centers residentes no país justamente para o armazenamento de dados sensíveis da população brasileira”, afirmou.

O coordenador destacou que a iniciativa já conta com a participação de instituições como a Dataprev e o Serpro, em articulação com outros órgãos de tecnologia do governo federal. Para o IBGE, o acesso ágil a bases administrativas permitirá acelerar a produção de estatísticas e pesquisas oficiais. “O objetivo é evitar duplicações, garantir maior eficiência e disponibilizar informações relevantes para formulação de políticas públicas nacionais”, explicou.

Além de acompanhar a nuvem soberana, o IBGE também desenvolve o SINGED – Sistema Nacional de Geociências, Estatísticas e Cidades, que tem como foco a governança de dados administrativos e o uso integrado de informações estratégicas. A proposta é que o sistema se torne um instrumento de apoio à formulação de políticas públicas em áreas como urbanismo, geociências e estatísticas demográficas.

Santos acrescentou que o instituto vem expandindo sua própria infraestrutura de data centers e contratando novas tecnologias para garantir que possa integrar-se plenamente ao ambiente de nuvem soberana. A expectativa é que, até 2026, já haja avanços concretos nessa direção. “A gente espera que em 2026 a gente já tenha alguma coisa já em relação a nossa infraestrutura de data center, que a gente possa contratar a tecnologia e fazer parte da nuvem soberana do governo federal.”