Bancos testam Hyperledger Fabric 1.0 em projeto de gestão de identidades
O grupo de trabalho (GT) para blockchain na Febraban conduziu uma prova de conceito para averiguar o uso da tecnologia na gestão de identidades. Para isto, foi escolhida a plataforma permissionada Hyperledger Fabric 1.0, uma vez que outro projeto, o Fingerprint, feito por Itaú-Unibanco, B3 e Bradesco junto com a R3, havia testado a plataforma Corda.
Como premissa, o GT não usou dados reais de clientes e não teve como objetivo a criação de um produto comercialmente viável. Chamado de Projeto DNA, a iniciativa de gestão de identidades propõe como benefícios para o sistema financeiro nacional a melhor experiência e um processo simples e eficiente para os clientes e, do lado das instituições, rapidez no cadastro, dados mais atualizados e potencial redução de custos.
De acordo com Richard Flavio da Silva, superintendente-executivo do Santander Brasil e membro do GT blockchain da Febraban, o Projeto Fingerprint que usou o R3 Corda serviu de inspiração e foi escolhida outra plataforma para ter efeito comparativo. O executivo do Santander avaliou que há lacunas a serem ocupadas na parte de integridade e eficiência operacional dentro da gestão de identidade dos clientes.
A proposta é contar com um cadastro distribuído aos membros da rede blockchain, mas ainda não aberto a todos, no qual o cliente fica responsável por fazer o cadastro. “Decidimos que o cliente é que tem o controle e toma as decisões”, disse o executivo, em palestra durante o Ciab 2017, evento de tecnologia bancária realizado nesta semana em São Paulo.
Para levar a cabo o projeto, o GT contou com parceria da IBM. O DNA foi desenvolvido em sete semanas no espaço de desenvolvimento digital da fornecedora multinacional. Entre as tecnologias, foram usados componentes de UI, node JS, object storage, blockchain e IBM Bluemix cloud plataform.
O Hyperledger foi anunciado em dezembro de 2015. Hoje, de acordo com Luiz Fernando Jeronymo, da IBM, 130 empresas colaboram para gerar tecnologia que possa ser usada por todos os interessados dentro do Hyperledger e há oito projetos em andamento, sendo quatro de framework e quatro para ferramentas. “São projetos colaborativos. O propósito do hyper fabric é ser um framework que possa ser implantado em múltiplas indústrias, já que tem característica modular, que leva em conta modelos de negócios a serem implantados”, afirmou.