Governo projeta nuvem própria para janeiro de 2018
A estratégia para o Estaleiro passa por negociações com o Ministério do Planejamento, que está no meio de um processo de contratação de IaaS. O Serpro, em conjunto com a Dataprev, vem formatando um produto para ser utilizado pelo Ministério e os órgãos da administração pública. Essa é uma das estratégias discutida no âmbito do consórcio formado pelas duas empresas.
“Neste momento, o edital está em fase final de consulta pública. Há órgãos aderindo e que estarão no lançamento do edital de contratação. São dois lotes de contratação: infraestrutura na nuvem e a figura do broker, que é o orquestrador de nuvem, o terceiro ente neste tripé. O Serpro respondeu ao chamamento do Ministério, posicionando-se como broker. Além disso, vamos ofertar o serviço de nuvem completo pelo consórcio Serpro-Dataprev. Estamos na fase de construção do Estaleiro, trabalhando para atender, no prazo, ao chamamento do Ministério”, diz Porto.
Matheus Belin, diretor de Tecnologia e Operações da Dataprev, diz que o objetivo da oferta de uma plataforma conjunta é atender, de forma unificada, demandas distintas do governo e, eventualmente, do mercado privado. Ele explica que tanto o Serpro quanto a Dataprev, atendendo às iniciativas de desburocratização do governo, vão democratizar e unificar o acesso a bases de dados. Assim, diversos órgãos poderão acessar as bases já existentes. No caso da Dataprev, há o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), as bases do seguro desemprego e do consignado”, explica Belin.
Segundo Belin, os entes privados não terão acesso às informações previdenciárias e financeiras dos cidadãos. A ideia é racionalizar e compartilhar esforços. Hoje diversos órgãos do governo têm o seu cadastro. “Haverá uma hierarquização dos dados, inicialmente com as bases do Serpro, da Dataprev e do Ministério do Planejamento em arquitetura orientada a serviços (SOA) e em um ambiente de computação na nuvem. A meta é que a nuvem de governo esteja pronta em janeiro de 2018”, diz o diretor da Dataprev.
A estatal também tem planos de estabelecer parcerias para a oferta de nuvem pública de mercado a órgãos do governo, tendo por base legal o artigo 28 da Lei 13.303/2016, conhecida como Lei das Estatais, que estabelece modelos de parcerias. A ideia é atuar como um broker, oferecendo suporte a diversas nuvens privadas virtuais. Em vez de o cliente rodar suas aplicações em um datacenter fora do país, estará em território nacional, nos servidores da Dataprev.