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Telecom

Diretoria da Oi alerta para limites da redução de custos e necessidade de capital

A Oi festejou nesta terça, 14/11, o primeiro lucro trimestral em dois anos, fruto direto do aperto nos custos, o que permitiu inclusive ampliar investimentos na rede. Sem contar os ativos na África, a operação brasileira fechou o terceiro trimestre de 2017 com lucro de R$ 217 milhões (com o resultado internacional, apenas R$ 8 milhões). Período em que o corte de gastos chegou a R$ 337 milhões, ritmo que já acumula R$ 1,5 bi em nove meses. 

“Atuamos fortemente no controle de custos. Mas não estamos comprometendo as operações para alcançar o resultado. Ao contrário. O crescimento do caixa se deu em período de aumento de investimentos. A operação é rentável, mas a conclusão bem sucedida da recuperação judicial é fundamental para que a empresa mude de forma estrutural seu patamar de lucratividade”, afirmou o presidente da operadora, Marco Schroeder, ao apresentar os resultados. 

O controle “rígido” dos custos operacionais, como ressaltado pela diretoria, garantiu que a empresa fechasse o terceiro trimestre com R$ 7,7 bilhões em caixa – ou R$ 2,6 bi acima de meados de 2016, quando foi aberto o processo de recuperação judicial. Mas mesmo o aumento de 36% nos investimentos e aportes que já somam R$ 3,8 bilhões este ano ainda deixam a Oi com Capex inferior aos concorrentes – é menos da metade do que a Vivo prevê em desembolsos anuais entre 2017 e 2019, por exemplo. 

A própria diretoria da Oi reconhece que o trabalho prepara o terreno para a operadora voltar ao mercado, mas isso exige capital na veia. “A redução de custos tem um limite, ainda mais com a expectativa de retorno do crescimento. Solucionado o tema da estrutura de capital e com uma injeção de recursos que possa financiar o crescimento significativo dos investimentos nos próximos anos, teremos uma nova Oi pronta para competir em igualdade de condições, com operação rentável e sustentável”, afirmou o diretor administrativo e financeiro, Carlos Brandão. 

Para o presidente Marco Schroeder, esses novos investimentos dependem das tratativas com os credores, que ele entende devem ser concluídas primeiro. Há conversas, mas sem propostas firmes até aqui. “Assinamos um acordo com a China Telecom e a TPG para eles poderem conhecer mais detalhes da companhia, mas não existe nenhuma proposta formal, nenhuma sinalização de que essa transação venha realmente ocorrer. O importante neste momento é buscar um acordo entre credores e acionistas. Num segundo momento poderia ser interessante a empresa se aproximar de investidores estratégicos, mas não acredito que isso vai acontecer antes da assembleia de credores do dia 7 [de dezembro].”


Ele também voltou a descartar uma intervenção da Anatel. “O próprio regulador deixou claro que a operação da Oi está reportando evoluções trimestre a trimestre e que a preferência é por uma solução de mercado. Uma eventual intervenção é um cenário extremado de não convergir para um acordo e tivesse alguma questão que botasse em risco operação, que no momento é um cenário inexistente”. 

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