Banco de horas cria impasse na negociação salarial da TI em São Paulo
A quarta rodada de negociação entre patrões e empregados da área de TI em São Paulo seguiu sem acordo entre as partes. Realizada nesta terça-feira, 23/01, a rodada seguiu com o impasse com relação ao reajuste salarial. Os patrões elevaram a proposta de reajuste para 1,9% – estavam oferecendo 1,81% – e os trabalhadores reduziram para 3,67%. A próxima rodada de negociação- a quinta- está agendada para o dia 30 de janeiro.
Os patrões, revela ainda o Sindpd/São Paulo, sustentaram a proposta de reduzir os benefícios como o banco de horas, viagens a serviço, as horas extras, as homologações no Sindpd e a manutenção dos chamados “descontos legais” no auxílio-refeição, bem como o valor de R$ 17,85, uma diferença de cinco centavos em relação à quantia anterior.
O presidente do Sindpd, Antonio Neto, trouxe à mesa o inciso 6º do artigo 8º da Constituição – que determina que “é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho”- para condenar a tentativa do Seprosp da não participação do Sindpd nas negociações para assuntos como teletrabalho, jornada flexível e 12×36 horas.
No banco de horas, a comissão patronal quer a seguinte redução: que até as 120 horas remanescentes sejam pagas com acréscimo de 50% e as horas remanescentes acima de 120 horas sejam pagas com acréscimo de 75%. Os atuais percentuais da CCT são, respectivamente, 75% e 100%. “Se os patrões insistirem nessa proposta, vamos propor o fim do banco de horas. Simples assim. A desvantagem é deles. Eles terão de pagar a hora extra obrigatória”, frisou Neto.
Homologações e viagens a serviço
As cláusulas das homologações e das viagens a serviço também provocaram divergência entre patrões e empregados. Os patrões querem tornar facultativas as homologações no sindicato. Os trabalhadores reagem. “Não tendo homologação, não terá a quitação das verbas anuais. Vamos mover ações contra todas as empresas. Nossa estrutura é para atender aos interesses dos trabalhadores”, criticou o presidente Antonio Neto.
Em um ao vivo realizado no Facebook, na noite desta terça-feira, 23, o presidente do Sindpd/São Paulo, Antonio Neto, sustentou que o interesse da categoria é esgotar todas as possibilidades de negociação. “A greve será o último recurso para que tenhamos um ganho efetivo”, frisou. “Mas não vamos permitir que a redução de qualquer direito já adquirido na CCT”, acrescentou.
Neto reforçou que o momento é bastante confuso, em função das dúvidas existentes com relação à própria Lei trabalhista, recém-homologada pelo governo Temer. “Há um desconhecimento sobre a reforma trabalhista. Há muita insegurança por parte de todo mundo”, lamentou o sindicalista.