Citrix: Funcionários desengajados travam a transformação digital
As empresas estão mais preocupadas em fazer a transformação digital para fora do que para dentro de casa e os fracassos estão acontecendo, observa o diretor-geral da Citrix do Brasil, Luís Banhara. Em entrevista ao Convergência Digital, durante a edição brasileira da Future of Work tour da companhia, na semana passada, em São Paulo, Banhara foi muito claro: funcionário não engajado trava todos os processos da jornada digital.
“Uma pesquisa do Instituto Gallup mostra que, hoje, 85% dos trabalhadores não estão engajados no mundo e, em 2020, esse número passará para 95%. Esse desengajamento vai travar a transformação digital e provocará um prejuízo de US$ 7 trilhões à economia global”, afirma Banhara. O executivo diz que a projeção do mercado mostra que vai existir um gap de talentos em torno de 95 milhões de profissionais no mundo em 2020, que vão ser somados aos desmotivados no ambiente de trabalho.
“A experiência do funcionário será decisiva para uma boa jornada digital. Acredita-se que cada pessoa terá até 8 dispositivos conectados nos próximos anos, além do smartphone, do notebook, do tablet e do celular. Saber transformar o dado gerado por todos esses dispositivos em informação será diferencial concorrencial”, observa ainda o diretor-geral da Citrix no Brasil.
Interessada em ter uma fatia desse mercado, a Citrix investe nos chamados microapps, quando as aplicações (sobretudo as SaaS) são transformadas em funcionalidades, o que otimiza o tempo dos funcionários ao eliminar logins, diminuir drasticamente o tempo da troca de um aplicativo para outro e destacar as funções mais acessadas. “São tantos os sistemas – entre 7 a 12 – o ideal é o funcionário atuar onde ele tem de atuar de forma transparente até por conta da urgência da governança de dados após as legislações, como no Brasil, a Lei de Dados Pessoais, que entra em vigência em 2020”, salienta.
A Citrix, reforça Banhara, traçou três diretrizes: organizar, ensinar e automatizar. Hoje, informa Banhara, pelo menos 20 clientes da Citrix no Brasil estão testando o novo modelo de gestão de informação proposto pela companhia. “Sabemos que o processo gera dor, nós mesmo na Citrix tivemos dores, mas esse modelo é essencial para a jornada digital”, acrescenta o executivo.
Sobre o momento brasileiro, a Citrix navega em mares mais tranquilos. O diretor-geral da companhia admite que o primeiro trimestre foi, como denominou, esquisito. “Não foi o que planejamos, não do ponto de vista de retorno, mas de oportunidades”, diz Banhara. O segundo trimestre já foi uma guinada. “Ele superou as nossas expectativas”, comemora. Para o segundo semestre, o executivo mantém o otimismo com a recuperação econômica.”Tecnologia é ferramenta para otimizar custos”, salienta.
As verticais que mais estão buscando engajar funcionários na transformação digital são o varejo – acossados pelas vendas online – o financeiro e serviços. O segmento de healthcare também busca a organização, muito em função da LGPD. “A lei de dados pessoais exigirá compliance e governança de dados. Organizar, ensinar e automatizar serão mantra”, completa Banhara.