Patrões e empregados têm segunda rodada de negociação salarial em São Paulo
A segunda rodada de negociações da Campanha Salarial 2017 do setor de TI está marcada para a próxima quinta-feira, 19/01, às 15h, na sede do Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo).
A diretoria do Sindicato voltará a se reunir com representantes da entidade patronal (Seprosp) para defender a pauta de reivindicações da categoria, que inclui o reajuste salarial com aumento real, a redução na jornada de trabalho de 40 horas para 30 horas semanais sem a diminuição de salários, além da ampliação de benefícios.
A primeira rodada de negociação, ocorrida na última terça-feira (10), foi encerrada sem acordo entre os dirigentes dos sindicatos, sobretudo em razão da péssima contraproposta apresentada pelos patrões.
A Comissão de Negociação do Seprosp sugeriu um índice de reajuste salarial de apenas 3,5%. O Sindpd, por sua vez, defende o acumulado do INPC de 2016 acrescido de 3% de aumento real. Como o INPC do ano passado fechou em 6,58%, o Sindicato quer um aumento salarial de 9,58% para os trabalhadores de TI.
O descontentamento com a contraproposta feita pelos patrões foi externado pelo presidente do Sindpd, Antonio Neto, ainda durante a mesa de negociação. “Não começo a conversar sobre a negociação de índice sem a gente chegar na conclusão do que vai fazer com a inflação. Inflação não é ganho, é reposição. E a irredutibilidade de salário é constitucional”, disse o dirigente.
Outras demandas
A redução da jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais sem diminuição proporcional de salário também faz parte da pauta. A reivindicação está embasada em estudos que comprovaram os elevados níveis de estresse e pressão que atingem a categoria. O Sindicato também cobra uma série de melhorias nos benefícios sociais. Uma delas inclui o pagamento do vale-alimentação além do vale-refeição. Hoje, apenas o custeio de um dos vales é obrigatório.
Outra demanda prevê que as empresas assumam integralmente o pagamento dos planos médico e odontológico dos trabalhadores, que atualmente são responsáveis por uma coparticipação. Também estão entre as propostas a ampliação do valor pago como hora extra e a consolidação de benefícios conquistados nos últimos anos, como a PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados).
Tentativa de retrocessos
Na primeira rodada, patrões e empregados não tiveram consenso. A comissão do Seprosp propôs redução no valor da multa que é paga pelas empresas em caso de atrasos salariais, mudanças nas negociações que envolvem o pagamento da PLR, descontos no pagamento do vale-refeição e alterações até no custeio da assistência médica. “Tínhamos consciência desde o início da Campanha Salarial de que as negociações deste ano seriam difíceis, mas não vamos admitir retrocessos nem retirada de direitos. Vamos para a próxima rodada de negociação empenhados em garantir avanços para a categoria”, ressaltou Antonio Neto.