Carreira

Quase 60% das empresas de TI do Rio de Janeiro reclamam de falta de acesso a crédito

A pandemia de Covid-19 trouxe o aumento da inadimplência, dificuldades para a obtenção de crédito e uma perda média de 30% de clientes, revela pesquisa feita pelo TI Rio (Sindicato das Empresas de Informática do Rio de Janeiro). O trabalho aferiu também pouca adesão aos procedimentos permitidos pelas MP 936/2020 baixada pelo governo federal para a área trabalhista. Feita entre os dias 30 de abril e 05 de maio, num universo de 122 empresas fluminenses do setor, tem o objetivo de acompanhar as consequências da pandemia do Covid 19. 

O presidente do TI Rio, Benito Paret, destacou que das regras incluídas nas medidas provisórias do governo federal, apenas o teletrabalho teve adesão de 100% do universo ouvido. “As medidas do governo que permitem suspender os contratos de trabalho em parte ou integral não tiveram impacto no setor. Porém, continuam tendo impacto o trabalho a distância, em função da característica da atividade.”

De acordo com a sondagem, no que se refere à MP 936/2020, 64% das empresas não estão adotando nenhum dos procedimentos previstos. Já 27% optaram pela redução da jornada e dos salários até três mínimos; 16% a redução de jornada e salários acima de três mínimos e 13% optaram pela suspensão dos contratos de trabalho. O teletrabalho/home office contou com adesão de 100% das empresas. O ajuste no banco de horas foi feito por 16%; a rescisão do contrato de trabalho por 11% e a antecipação de férias coletivas por 9%. 

O acesso a novos créditos no sistema bancário não tem sido conseguido por 56% das empresas consultadas, enquanto também se acumulam dívidas. 58% indicaram ter débitos tributários que precisam de parcelamento. Do ponto de vista das relações com os clientes, 54,5% disseram que enfrentam inadimplências e 20% passam por renegociação de valores. Já 37% perderam clientes. Na comparação com o mesmo período do ano passado, 40% disseram que houve decréscimo no volume de negócios. Para 49% o mercado ficou estagnado. O estudo também mostra que 10% dos pesquisados afirmaram ter tido crescimento, apesar da pandemia.

O otimismo ficou para o futuro pós pandemia e levou 53% a dizerem que, quando as atividades normalizarem, haverá crescimento. Para 34% ficará estagnado e para 13% haverá queda. Entre as empresas que responderam à sondagem, 53% foram desenvolvedoras de sistemas, 20% consultorias de TI; 8% comercializadoras de software; 7% da área de suporte e 12% foram agrupadas como “outros”. Quanto ao porte, 55% têm entre onze e 99 empregados; 29% até dez; 7% entre cem e 199 e 9%, mais de 200. A próxima sondagem está prevista para ser realizada no mês de junho.


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