Quero demitir o meu CIO. Mas como fazer sem risco?
Tomar a decisão de mudar a gestão empresarial e fazer uma substituição na alta gerência é uma tarefa complexa, que exige grande empenho e análise de cenários, especialmente quando ela acontecerá na área de tecnologia, considerada delicada e arriscada para a sustentação do negócio, observa Paulo Exel, diretor de operação da Yoctoo, especializada em recrutamento.
Para que o processo de substituição seja assertivo e não acarrete em dados para a empresa é preciso considerar inúmeros fatores. Quando a substituição é uma demanda corporativa, o planejamento, assim como a execução devem ser detalhados para prever os riscos e gerenciar as expectativas. As empresas são organismos vivos que estão em constante desenvolvimento e esse progresso é pautado por mudanças.
Antes de traçar um plano de ação e avaliar os riscos de contratar para essa cadeira, é importante a empresa descobrir qual necessidade será atendida ao efetuar essa demanda de substituição. Em alguns casos a performance do profissional, ou seja, a qualidade e a quantidade dos resultados que são entregues pela gestão dele, é um motivador grande o suficiente para gerar a demanda de substituição. Em alguns casos a mudança necessária para a empresa continuar crescendo são habilidades comportamentais, como por exemplo, habilidade de liderança e de motivar pessoas ao engajamento com os projetos e entregáveis.
Independente dos motivos ou dos gatilhos para a mudança, o impacto na organização é real em menor ou maior grau. Quando falamos de contratação para áreas executivas estamos falando basicamente sobre decisões de gestão e liderança de pessoas. A alteração na cadeira precisa avaliar o quanto a mudança vai impactar na estrutura da empresa. De maneira clara, o quanto uma mudança de executivo pode abalar as estruturas da operação, o engajamento das pessoas e se a transição do líder pode levar a empresa a perder profissionais que são vitais para a operação.
Para Exel, a empresa precisa buscar executivos que preencham a atual demanda em termos de habilidades técnicas e de comportamento e principalmente o match com os valores e estratégia de longo prazo, quanto mitigar os riscos dessa transição. Olhando especificamente para o impacto da substituição em cadeiras de tecnologia, ou em empresas de tecnologia, a conta é bem simples de ser feita. Quanto mais próximo do core business a tecnologia estiver, maior o risco para o negócio, portanto, melhor e mais bem planejada deve ser essa transição.
O especialista ressalta que algumas empresas ao avaliarem os riscos de uma substituição desistem. “Esse é um erro particularmente inocente já que a desistência leva em consideração o quanto a adaptação para a nova gerencia pode custar, mas raramente, considera-se qual o custo de ter a pessoa errada nas decisões, ou ainda as perdas que uma operação parada ou mal gerenciada pode acarretar”, adverte.