Salário x benefícios: o que seduz o executivo brasileiro?
Levantamento da Michael Page, aponta que 30% dos executivos aceitam o salário menor em troca de um pacote de benefícios mais robusto, que inclua: pagamento de aluguel/casa, plano de saúde (alto padrão), seguro de vida, seguro odontológico e subsídios para bem-estar.
“O valor atribuído ao pacote de benefícios ganha força, sobretudo em tempos de ajuste econômico, porque assegura que o executivo continuará usufruindo de serviços importantes para a sua família, e para a própria rotina pessoal, respaldado pela estrutura da empresa. O salário líquido é o objetivo número um, por razões obvias, da maior parte das pessoas.
Porém, aceitar ganhar menos, pensando em melhorar o leque de benefícios corporativos, pode ser uma boa alternativa para a manutenção de serviços desejados, e ao mesmo tempo, continuar a progressão de carreira, em momentos mais delicados”, explica Ricardo Basaglia, diretor-executivo da Michael Page.
Quando o assunto é o benefício mais atraente para os executivos, fora o salário líquido, quase 24% respostas colocam o carro na liderança, superando opções tradicionalmente desejadas, como o 14º salário (22,57%), a participação em ações da própria empresa (14,60%) e até mesmo o pagamento de escola para os filhos (10.18%).
O levantamento também procurou entender questões importantes para o RH das empresas, como a expectativa dos executivos para aumento salarial e o percentual de bônus até o final de 2017. “Executivos são movidos por desafios, superação de metas e pela inesgotável expectativa de crescimento, em todos os níveis. As empresas devem estar preparadas para negociar o formato mais adequado de reconhecimento, ou premiação, ao longo do ano. E mesmo em cenários de recuperação, líderes que atuam alta performance, naturalmente, esperam receber feedbacks sobre as recompensas, e isso é padrão em todos os mercados”, conclui Ricardo Basaglia.
Em relação a expectativa de bônus em 2017, os executivos se mostraram comedidos quanto à margem de ganhos, pois quase 40% acreditam que receberão valores parecidos ou iguais aos de 2016. Para 22,57% dos entrevistados, a margem de bônus pode chegar até 10% superior ao ano passado. Muitas empresas trabalham com o pacote de bônus desenhado para o executivo atingir metas individuais, que incidem diretamente nos resultados de cada um, até para estimular os profissionais a propor novos projetos e resolver pendências específicas.
“Portanto, quando o executivo percebe alguma alteração, por diversos motivos – incluindo o cenário econômico – nos números de sua performance, ele tende a ser mais conservador na projeção de ganhos”, finaliza o diretor-executivo da Michael Page, Ricardo Basaglia. A pesquisa foi realizada entre janeiro e fevereiro deste ano, e entrevistou 226 de executivos do Brasil, integrantes da base relacionamento da Michael Page, que contempla 16 segmentos de mercado. Participaram do levantamento profissionais de cargos de média e alta gerência.