Brasil está atrasado no uso de big data, IA e modelagem 3D na construção civil
O Brasil tem o menor nível de maturidade entre os países avaliados na área de construção por estudo da IDC, feito a pedido da Autodesk. O país está atrasado em relação aos outros quando se trata da adoção de tecnologias como Big Data, Inteligência Artificial e modelagem 3D.
O Japão lidera como o país onde o setor está mais digitalizado, seguido da Alemanha e dos Estados Unidos. Ainda assim, no quadro geral, a Europa e as Américas apresentaram melhor desempenho do que a região Ásia-Pacífico (APJ) no que diz respeito à inovação no mercado da construção civil.
A pesquisa “Transformação Digital: O Futuro da Construção Conectada” ouviu 835 profissionais de grandes construtoras em 12 países da Europa, Américas e Ásia, incluindo o Brasil. O levantamento aponta que 72% das companhias acreditam que a transformação digital é uma prioridade. No entanto, elas se deparam com uma série de desafios para se digitalizarem completamente.
O relatório, que teve o objetivo avaliar a maturidade e os desafios da transformação digital (DX, da sigla em inglês) de setor de construção, aponta que a maioria das empresas (58%) ainda está no estágio inicial de sua jornada para a inovação, enquanto 28% estariam no meio do processo de transformação. Apenas 13% podem ser consideradas maduras em relação à adoção de novas tecnologias.
Se o Brasil registra a menor menor maturidade, é ao mesmo tempo, é o País líder quando o assunto é investimentos em software baseados em BIM (Building Information Modeling), ferramenta de gestão eficiente que reúne informações detalhadas de uma edificação de forma organizada e integrada, por meio de representação digital com desenhos em 3D – um movimento essencial para a transformação digital na indústria da construção.
A adoção da tecnologia no país é de 53%, o que pode ser explicado pelo aumento de parcerias público-privadas nos últimos anos e a pressão para que o uso da ferramenta seja obrigatório até 2021. A adoção do BIM pelos outros países varia bastante, sendo a Coréia (48%), a Índia (47%) e a China (47%) as mais próximas do Brasil, no ranking, conforme mostra o gráfico.
“Diante do atual cenário mundial, diferentes setores estão adotando processos digitais e se adaptando à essa transição imposta pelas condições do momento. Daqui para frente, teremos que ser mais rápidos nessa adoção, pois vivemos uma nova era que requer processos mais ágeis e assertivos. Na construção civil não é diferente, seu uso se faz emergente para aprimorar análises de projetos, tomadas de decisão e o desempenho do segment como um todo “, reforça Pedro Soethe, gerente técnico da Autodesk Brasil.
O estudo identificou cinco “bloqueios digitais” que empresas em todo o mundo enfrentam em suas jornadas de inovação. Para 46% das empresas que trabalham para levar a transformação digital adiante, o maior desafio é criar um plano único que seja estratégico para priorizar a implementação dos investimentos tecnológicos.
Isso é seguido pela construção de uma arquitetura tecnológica que permita trabalhar com escala (42%); estabelecimento de KPIs e métricas para medir o sucesso digital (37%); exploração da expertise em tecnologia (36%) e incorporação de fluxos de trabalho digitais em toda a empresa (29%). Eliminar esses bloqueios pode ajudar as organizações a amadurecer e progredir ao longo de sua jornada de DX, passando pelos estágios iniciais e médios para as fases mais maduras, onde a digitalização é central na maneira como a empresa trabalha e oferece uma vantagem competitiva no mercado.