Brasil precisa de mais competição no mercado de data centers
O mercado brasileiro de datacenter está em alta e há oportunidades para empresas investirem nesta área. Sem fornecer números específicos do mercado, Henrique Cecci, diretor de pesquisas do Gartner, explicou, durante coletiva de imprensa da Conferência Gartner Infraestrutura de TI, Gestão de Operações e Data Center 2018, nesta terça-feira, 03/04, que haverá construção de novos data cent
ers no País, uma vez que o Brasil precisa de mais capacidade computacional.“O Brasil é carente de datacenters. Temos um déficit de infraestrutura computacional corporativa, tanto que, quando são lançados datacenters, eles são rapidamente saturados. Isto mostra que existe demanda para este tipo de produto”, destacou. A necessidade computacional reside também no fato de que todas as aplicações, tais como BI ou analytics, precisam de infraestrutura para rodar.
Cecci ressaltou a importância da localização física dos novos datacenters (devido à latência) e apontou que construir datacenters no Norte e Centro-Oeste do País faz muito sentido. No entanto, ele apontou que devem ser observadas as questões de custos para que o modelo de negócios feche. “O brasileiro gosta de boutique, de datacenter bonito, com vidros, tier 3. É diferente dos Estados Unidos onde muitos datacenters são galpões, tier 2, construídos com custos otimizados”, comentou.
Para ele, construir infraestrutura como é feito nos EUA poderia ser uma alternativa para regiões até hoje pouco exploradas. O mercado de datacenter ainda é pouco competitivo, com poucos players atuando. De acordo com Cecci, o projeto de lei 6304/13, do deputado João Arruda (PMDB-PR), que institui regime especial de desoneração tributária para a instalação e a manutenção de centros de processamento de dados (data centers) no Brasil, é uma boa ideia. “Acho que precisa de planejamento, de distribuição de forma inteligente da capacidade computacional no País e de mais competição”, completou.