Empresas nacionais pisam no freio com multicloud e reclamam da nuvem cara e complexa
O controle de custos em nuvem é um dos principais desafios da gestão de TI, revela a pesquisa anual Enterprise Cloud Index (ECI) produzida pela Nutanix. Entre os entrevistados brasileiros, 85% consideram a nuvem como uma questão desafiadora de gerenciamento de TI, e 34% a classificam como um desafio “significativo”. Especificamente, a migração de aplicações entre nuvens é atualmente um ponto difícil para as organizações, com 86% dos entrevistados concordando que a migração de aplicações entre ambientes pode ser complexa e cara. Além disso, 46% planejam repatriar algumas aplicações para datacenters on-premises para mitigar os custos das nuvens no próximo ano.
“A verdade é que a pandemia acelerou a digitalização, mas a transformação digital ainda está incipiente em muitas empresas. A complexidade da gestão das multiclouds também assusta muito. As empresas entendem que as múltiplas nuvens são caras, complexas e interferem muito na rotina e o momento não é o mais favorável com a crise da economia. Isso fez com que muitas companhias pisassem no freio com as multiclouds. Se uma nuvem já é complexa, imagina várias”, relata o diretor geral da Nutanix no Brasil, Leonel Oliveira.
A retomada dos data centers ‘em casa’ é explicada com a necessidade de ter a aplicação mais perto, mesmo que isso signifique um risco de ter ativos desvalorizados. “Não é fácil gerenciar tantas plataformas. E a falta de interoperabilidade entre elas é uma realidade”, observa Oliveira. A Nutanix, aliás, define o seu papel nesse momento da nuvem: quer ser a orquestradora com uma gestão única de qualquer ambiente de nuvem.
“O dado que não é visto não é lembrado, e a segurança do dado é absolutamente relevante, mas a maior parte está com sua política defasada e muito reativa em cibersegurança”, adiciona o executivo. A posição brasileira, aliás, é bastante distinta da global. No mundo, a cibersegurança tem 13% na prioridade de TI, no Brasil, esse percentual chegou a apenas 8%.
Do ponto de vista de negócio, a Nutanix cada vez mais se consolida como uma empresa de software, que usa o hardware para garantir a segurança da informação, diz Leonel Oliveira. 2023, apesar da crise econômica global e no país, com a alta de juros e recessão do crédito, é considerado um ano promissor. “Investir em TI é o caminho para se diferenciar. Segurança é uma dor e terá de ser combatida de forma reativa. E soberania dos dados vai fazer a diferença na tomada de decisão”, completa o executivo.
Leia abaixo os principais destaques da pesquisa anual da Nutanix para o Brasil:
. Empresas ainda usam modelo único. Atualmente, apenas 39% das organizações participantes do ECI no Brasil usam vários modelos de TI, valor substancialmente inferior à média global (60%). Além disso, embora os setores de TI no Brasil indiquem planos para aumentar sua penetração de TI mista – de um até três anos – esses planos ficam atrás dos entrevistados globais do ECI por uma margem de 17 pontos (57% no Brasil e 74% globalmente).
• Datacenters tradicionais ainda imperam. Os números indicam que departamentos de TI no Brasil estão em uma fase anterior de suas jornadas de transformação digital e migração para a nuvem do que em outras regiões, com instâncias maiores de datacenters tradicionais ainda por fazer a transição. Por exemplo, 79% dos entrevistados do Brasil ainda dependem exclusivamente de infraestrutura de datacenter privado em comparação com 56% da base de pesquisa global.
• Desempenho de aplicações e acesso a dados. Esta é a maior consideração de investimento em infraestrutura de TI no Brasil. Quando solicitados a nomear o critério mais importante que orienta seus investimentos em TI, os entrevistados do ECI mencionaram uma gama diversificada de prioridades corporativas. Desempenho, porém, foi o que mais recebeu menções no Brasil (14%), seguido por proteção e recuperação de dados (13%).
• Cibersegurança não é prioridade. O fator de decisão predominante no mundo foi a cibersegurança (13%), mas no Brasil apenas 8% mencionaram este fator. As prioridades de TI do Brasil diferiam daquelas, em média, nas Américas e nas bases globais de respostas do ECI.
•Movimento de aplicações. As organizações brasileiras entrevistadas moveram aplicações entre infraestruturas nos últimos 12 meses, na maioria das vezes por motivos de segurança. Outros motivadores entre as empresas brasileiras de TI também mudaram no ano passado. As considerações de custo caíram cerca de 28 pontos percentuais desde a pesquisa do ano passado, quando 41% citaram o custo como motivo para mover aplicações
• Necessidade de plataforma unificada. A maioria dos entrevistados no Brasil (89%), na região das Américas (94%) e no pool global de respostas ao ECI (94%) concorda que ter uma única plataforma para visualizar e gerenciar suas diversas infraestruturas públicas e privadas seria o ideal. As limitações de visibilidade de dados nos ambientes, por exemplo, afetam todos os entrevistados, pois os departamentos de TI não podem gerenciar e proteger o que não podem ver. Enquanto 95% dos entrevistados no Brasil concordam que é importante ter total visibilidade de onde os seus dados residem, apenas 60% relatam ter essa visibilidade, indicando um amplo espaço para melhorias.