Oracle reforça transformação digital para acirrar disputa com AWS e Azure
A Oracle estruturou uma nova unidade de tecnologia que compete diretamente com AWS e Azure e está focada na transformação digital e na jornada do cliente para a computação em nuvem. A área, denominada Tech Cloud, está a cargo do vice-presidente-sênior Rodrigo Galvão. Ele explicou, em coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (05/08), que houve a junção de diversas áreas que, antes, trabalhavam, separadamente. Assim, a Oracle passa a ter duas macroverticais, uma de tecnologia e outra de aplicativos.
De acordo com Galvão, a decisão de ter uma unidade de negócio que foque na jornada para a nuvem dos clientes vem na esteira da aceleração da transformação digital impulsionada pela pandemia e aponta o caminho para uma nova era digital, com serviços nativos na nuvem.
“Por tudo que as empresas passaram na pandemia, nesse um ano e meio vimos que, se não fosse a cloud, talvez as empresas teriam problemas para a continuidade de seus negócios; e a tecnologia em nuvem ajudou muito neste sentido”, afirmou. “A transformação digital foi a única alternativa viável para as empresas”, completou.
Antes, a Oracle trabalhava com divisões segmentadas por especialização de produtos e, agora, concentrou na nova unidade áreas que eram segregadas para que fizessem parte de um único time com única visão e colocando as necessidades dos clientes no centro, segundo o executivo. “Nesta nova unidade, trabalhamos seguindo conceitos modernos, em squads e quem manda é o cliente, fazemos o que ele precisa”, destacou.
Crescimento
A receita de nuvem dentro da Oracle vem aumentando. De acordo com Rodrigo Galvão, houve crescimento “de mais de três dígitos nos últimos anos” e a meta é manter o avanço com solidez. “Vemos investindo muito no Brasil e na região; lançamos o segundo datacenter na nuvem no Brasil e lançamos no Chile também. Vejo a América Latina como grande exemplo e temos sido motor propulsor de inovação para a empresa” destacou. A nova região de cloud da Oracle deve ser o México.
Na região da AL, são 3,5 mil clientes de nuvem. “Dentro do processo de transformação, a Oracle tem buscado simplificar e a ajudar os clientes a se moverem para cloud. Essa jornada passa também por um modelo híbrido, com parte da adoção de nuvem sendo dentro do datacenter do cliente e outra na nuvem pública”, detalhou Marcos Pupo, vice-presidente sênior de nuvem da Oracle.
Assim, os clientes podem estar on premise ou, principalmente, no caso de empresas mais novas, nascendo na nuvem. Contudo, segundo Alexandre Paiva, vice-presidente sênior de licenciamento da Oracle, a maioria das empresas mantém um ambiente híbrido. “A segurança é o tema mais sensível hoje no mercado, independentemente, se o cliente tem licenças ou está na nuvem, segurança é fundamental. Segurança e integração vão ditar o futuro tecnológico de qualquer empresa”, ressaltou Paiva.
A maior parte da receita (entre 65% e 70%) é oriunda de nuvem, apontou Rodrigo Galvão. Ele citou os casos da TIM que tem projeto de ser 100% em nuvem pública (temos o case, acho que é aquele do evento do SAS) e da Sky que está migração para nuvem pública. “Hoje, 25% do faturamento vem de pequenas e médias empresas. A nuvem democratizou a tecnologia e agora qualquer empresa pode ter Oracle”, enfatizou Galvão. De acordo com Pupo, a maioria dos clientes na nuvem corresponde a empresas de pequeno e médio portes.
Redes privadas e 5G
Assunto em evidência, as redes privadas estão no radar da Oracle. Rodrigo Galvão esclareceu que a companhia está olhando para estratégia de redes privativas e afirmou que a nuvem da Oracle é 100% aderente a todos os protocolos e fundações das redes 5G. Disse ainda que a Oracle tem trabalhado forte com as principais operadoras de telecomunicações no sentido de buscar alternativas para deixar “a nuvem mais leve”, e levar a extensão do datacenter, que está espalhado, e a nuvem pra borda. “Com 5G mais próxima da ponta, será permitido fazer coisas que antes não eram possíveis”, disse Galvão.