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Provenir chega no Brasil com marketplace de dados não tradicionais

Consultoria especializada em análise de crédito para o setor financeiro, a Provenir está desembarcando no mercado brasileiro e quer marcar presença indo além da análise dos dados financeiros tradicionais. Na prática, a Provenir não quer avaliar apenas contracheques, declarações de Imposto de Renda, CPFs e outros. Mas amplia a análise para, por exemplo, o uso de aplicativos, das redes sociais e de compras online. O mercado brasileiro é considerado estratégico, até porque aqui, conta em entrevista ao Convergência Digital, Gabriela Herrera, responsável pelos negócios na América Latina, as fintechs são um mercado crescente. A Provenir também está atenta à mobilização de empresas não tradicionais, como o comércio, pelos meios de pagamentos.

Para atuar, a Provenir criou um marketplace de dados na nuvem. É nesse marketplace que estão os dados para a análise de risco e a criação do scoring. E mais: a ferramenta não precisa de ajuste da área de Tecnologia. “Os clientes querem cada vez mais um serviço ágil e em tempo real. No caso das áreas de negócios, poder fazer uma análise de risco de forma simples é o desafio. É isso que oferecemos. A independencia porque a integração da nossa ferramenta é muito simples”, afirma Gabriela Herrera. O início das atividades do Open Banking também desponta como uma oportunidade de novos negócios, a partir do acesso as APIs, conforme a autorização dos correntistas.

A executiva é taxativa ao afirmar que não chega ao mercado brasileiro para disputar mercado com empresas como Serasa Experian. “Não mesmo. Nossos dados são diferentes e a proposta que temos também é diferente. A nossa ideia é viabilizar um crédito para um profissional autônomo, como um entregador. Esse cidadão, não deve ter conta bancária tradicional, mas tem uma renda e pode ter acesso a um crédito para comprar uma motocicleta nova. O scoring dele tem de ser diferenciado. Mais de 50% da população da América Latina não tem conta em banco”, exemplifica.

O Marketplace de dados já está disponível para os clientes brasileiros, mas, até o momento, não há nenhum contrato fechado. A Provenir avalia a melhor forma de atuar no Brasil, mas ainda não definiu se terá escritório local. Por enquanto, as operações são coordenadas por Miami, onde está sediada Gabriela Herrera. A consultoria também está atenta às parcerias. “Temos algumas bem avançadas com B2B2B e B2B2C”, antecipa. Mas uma parceria já está revelada: com a TransUnion, companhia de soluções de pagamentos.

Indagada sobre a coleta de dados e a adequação à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, Gabriela Herrera assegura que não há coleta de nenhum dado considerado sensível. Diz ainda que para o cliente ter acesso ao marketplace, ele é obrigado a assinar um contrato de confidencialidade. “Garantimos que cumprimos as regras. Temos atuação na Europa, e lá estamos em conformidade com a GDPR”, acrescenta a executiva, que não quis falar em valores de investimentos, mas disse que a América Latina ganhou prioridade na expansão dos negócios da Provenir.


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