Seguradoras priorizam inteligência de dados para oferecer novos modelos de negócios
Ao participaram do Insurance Summit Brazil 2021, executivos da HDI Seguros, Porto Seguro e SulAmérica sustentaram que o uso dos dados imprimiu uma oferta mais personalizada de serviços. Admitiram que para lidar com dados é preciso estar compliance com a Lei Geral de Proteção de Dados.
A inteligência do dado tem sido uma ferramenta fundamental para a HDI Seguros, sustentou a diretora de TI, Denise Ciavatta. Segundo ela, a seguradora tem utilizado dados como forma de otimizar a proposta de valor, sendo, cada vez mais uma estratégia essencial para a dia a dia da companhia.
“Investimos muito nisso, estudando mecanismos para apoiar o cliente para evitar, por exemplo, situações de risco. Outro exemplo é como o dado pode nos ajudar a oferecer novos modelos de negócios”, disse. Houve, segundo a executiva, um avanço grande na adoção de ferramentas de inteligência que levem a ofertas mais personalizadas. “Estamos olhando a possibilidade de oferecer serviços para aquele cliente. É um olhar distinto que começamos a trazer para a nossa indústria”, apontou.
Na Porto Seguro, de acordo com o diretor-técnico e CDO, Fabio Morita, o uso dos dados está na linha de melhorar a experiência do cliente. Como exemplo, citou o ‘Trânsito mais Gentil’ que faz personalização do risco. Já a SulAmérica faz captações para gerar situações preditivas e prescritivas, informou Alexandre Putini, diretor de inovação, transformação digital e advanced analytics da companhia, dando como exemplo, a coleta e análises de dados para prevenção de doenças crônicas e complexas.
O tema da prevenção faz, para Denise Ciavatta, da HDI Seguros, todo o sentido e é um ciclo virtuoso. “Em saúde, é bastante óbvio, mas podemos expandir para outras dimensões. Temos exemplos de como nos adaptamos às realidades. Hoje, temos cobertura para quem está vivenciando home office”, disse. “Quanto mais as casas estiverem conectadas, mais prevenção, como falamos de acompanhamento médico das pessoas”, acrescentou.
A covid-19 levou mais gente para trabalhar de casa e a Porto Seguro viu aumentar os chamados para serviços residenciais. “As pessoas estão usando mais aparelhos, há uma maior demanda. Temos serviços embutidos aos seguros, além das ofertas avulsas, com um potencial aumento de interesse. IoT residencial é um terreno fértil”, apontou Fabio Morita, diretor-técnico e CDO da Porto Seguro.
Os gestores das seguradoras, porém, destacaram que a maior utilização dos dados tem de observar os limites da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “O primeiro desafio é a privacidade versus o uso de dados para gerar experiências encantadoras. Temos a LGPD que temos de estar em compliance e o desafio é este trade off”, ponderou Alexandre Putini, da SulAmérica.
“Não tem opção, tem de estar em compliance com LGPD. Mesmo assim se consegue apresentar para o cliente soluções baseadas em dados. Nosso posicionamento é dar liberdade e flexibilidade para que o cliente possa liberar o que pode ou não ser consumido”, adicionou o diretor de Inovação e trasnformação digital da SulAmérica. Denise Ciavatta, da HDI Seguros, Fabio Morita, da Porto Seguro, e Alexandre Putini, da SulAmérica, participaram do Insurance Summit Brazil 2021, realizado pelo SAS, na semana passada.