São Paulo está em piloto do BID para uso do big data para demandas sociais
As demandas sociais são muito mais dinâmicas que os ciclos eleitorais, mas isso não é necessariamente claro para administradores públicos. Para enfrentar o dilema, um projeto do BID e da FGV fará um piloto em cinco cidades – São Paulo, Montevidéo, Quito, Miraflores e Jalapa – para usar Big Data como forma de antecipar as demandas sociais.
“As demandas mudam mais que os ciclos eleitorais de quatro anos. Por isso a gente precisa criar novas formas de aproximar o governante das demandas da sociedade. E a melhor forma é como as grandes empresas já fazem. A Amazon consegue atender a demanda de livros de acordo com o gosto de cada usuário. O Google consegue dar respostas às pesquisas adaptadas à demanda de cada usuário. Não tem porque o governo não atender os cidadãos dessa mesma forma”, explicou em entrevista à CDTV, do portal Convergência Digital, o pesquisador da FGV Pablo Cerdeira.
Segundo ele, a fase atual é de diagnóstico das peculiaridades das cinco cidades e a implementação começará em 2019. Ele lembra, no entanto, que no caso do Brasil ainda falta esclarecer até onde o Estado pode se valer dos dados pessoais dos cidadãos para construir políticas públicas.
“É crucial definir de quem são os dados e até onde eles podem ser usados. A lei estabelece limites para a esfera privada, a questão da autorização de uso. Mas a gente ainda não estabeleceu como o interesse público pode se utilizar disso desde que se respeite os direitos individuais. Esse é um ponto que teremos que enfrentar logo. Como o interesse público vai usar esses dados em favor da sociedade.”