Febraban Tech 2023

Guerra, do Itaú: IA generativa ainda alucina e precisa ser pilotada pelo humano

CIO do Itaú Unibanco, Ricardo Guerra, diz, porém, que a Inteligência Artificial generativa é a maior disrupção da tecnologia nos últimos tempos. Executivo fala ainda que o Open Finance exige uma orquestração entre tecnologia e negócios.

Especial Febraban Tech 2023

“De todas as evoluções tecnológicas dos últimos anos, a inteligência artificial generativa, talvez, seja a mais rápida em termos de adoção e é de muito fácil compreensão para utilização. Isso gera muita necessidade de adaptação; muita ideia e muito projeto para ser feito”, disse Ricardo Guerra, CIO do Itaú Unibanco, em entrevista à CDTV durante o FEBRABAN TECH 2023, realizado em São Paulo de 27 a 29 de junho.

O banco tem hoje duas grandes frentes de atuação para endereçar essa tecnologia. Uma é de eficiência e outra de experiência do cliente, visando à oportunidade de diferenciação. “A gente tem estudado, aprendido e feito muitos pilotos. Tem muita coisa para evoluir na tecnologia e os próprios fornecedores estão ainda investindo em infraestrutura”, ponderou Guerra.

Um ponto importante para ele é que se trata de uma tecnologia que “precisa ser pilotada por um humano, porque ela ainda alucina, ainda gera informações que não necessariamente são corretas, pelo menos, nos dias de hoje”, disse. Com a infraestrutura para inteligência artificial generativa sendo desenvolvida no mundo, os casos de uso começam a ser desenvolvidos, ao mesmo tempo que a tecnologia ganha maturidade.

“Estamos nos primeiros dias e vamos ver muitas formas diferentes de usar esse conjunto de tecnologias”, avaliou Guerra. “E é conjunto, porque você está falando de tecnologias: de modelagem, de bases gigantescas de textos, de geração de conteúdo. As possibilidades são muito grandes e precisam ser exploradas. É muito aprendizado, tem de ter foco e entender bastante. Vamos ver muita mudança ainda em 2023”, ressaltou.


Em sua fala, ao participar do painel que reuniu CIOs no segundo dia do FEBRABAN TECH, Guerra ressaltou o poder da inteligência artificial generativa. “A IA generativa traz para gente uma visão diferente de disrupção e não estamos acostumados a pensar em disrupção de criação, do trabalho de criação sendo substituído. Precisamos entender este impacto e como alavancar as pessoas dentro deste ambiente.”

Migração para nuvem

Na entrevista em vídeo, Guerra também deu uma atualização sobre o andamento do projeto de modernização da plataforma do Itaú Unibanco. “Nosso objetivo é ganhar mais velocidade”, enfatizou. Como adiantado pelo presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, na abertura do FEBRABAN TECH, dois terços do que se pretende migrar – cerca de 50% da plataforma completa – já foram para a nuvem.

“O problema que queremos resolver é ter mais velocidade para entregar os melhores produtos e melhores experiências para o cliente. Por isso, eu não preciso migrar o banco inteiro, porque têm sistemas que são mais comoditizados e não necessariamente influenciam na construção de produtos e serviços para o cliente”, explicou.

Essa jornada, contudo, não tem uma previsão de conclusão. Ela é dinâmica e atende às necessidades de cada unidade de negócio. Com relação ao Open Finance, Guerra disse que para a área de tecnologia trata-se de mais um atendimento a demandas regulatórias, e o fato de ser bastante amplo obrigou a instituição a se organizar para fazer a orquestração como um grande projeto. “Existem duas frentes: uma profundamente tecnológica e outra de negócios, olhando para o Open Finance e vendo como podemos nos beneficiar disso. Quanto mais dados eu tiver, melhor é para entender o comportamento e para tomar decisões de produtos e serviços.”

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