5G chega no Brasil sem a resolução dos problemas do 4G, adverte a Ovum

Para além do hype sobre a nova onda tecnológica, e pela corrida mais ligada a ações de marketing, ofertas efetivas de 5G não devem aterrissar na América Latina em geral, e no Brasil em especial, antes de 2020 ou 2021. E como indica o principal analista da Ovum para a região, Ari Lopes, é um tempo que pode ser bem utilizado para que o País desate nós legados ainda de tecnologias anteriores.

“Temos uma realidade que nos permite olhar para o 4G nos próximos anos como a principal tecnologia. O 5G vai chegar, mas se olharmos as últimas gerações temos um atraso de dois a três anos e vai acontecer o mesmo com o 5G. Então vamos discutir o 5G em um momento que não resolvemos os problemas do 3G e 4G”, avalia Lopes, que discutiu o assunto durante o Futurecom 2018.

Como lembrou, “a questão dos impostos acaba fazendo com que a tecnologia não seja mais neutra, mas crie uma barreira artificial em cima do espectro licenciado. Como a receita é muito baixa por dispositivo, isso impede o desenvolvimento de modelos de negócios novos, e o espectro não licenciado acaba tendo uma vantagem. Isso precisa ser endereçado rapidamente.”

Além disso, ele acredita que o próprio mercado de telecomunicações precisa se ajustar ao novo momento. “As operadoras, em termos de IoT, precisam entender que não adianta mais ter solução horizontal. Hoje, as operadoras vendem pacotes e serviços únicos, não importa qual seja a horizontal. Isso não vai ser mais possível para a operadora que quiser manter uma fatia maior da pizza. Vai precisar mudar, entender as indústrias que precisam de IoT e crescer sua participação. Não vejo como estratégia viável simplemente prover conectividade sem entender o cliente.” Assista à entrevista.


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