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Analistas de TI das universidades federais cobram defasagem salarial de 140% ao Governo

Mais de 7 mil técnicos e analistas de TI nas IFEs reivindicam equiparação com os ATIs e vão à Secretaria de Governo Digital.

Técnicos e analistas de Tecnologia da Informação das instituições federais de ensino vão à Secretaria de Governo Digital do Ministério da Gestão com o pedido para serem incorporados à carreira de analistas de TI do MGI, ou equivalente salarial, o que significa mais do que dobrar os vencimentos. ATIs federais que tentam também abrir negociações salariais.

É um grupo de aproximadamente 7 mil servidores públicos, que atendem 69 universidades federais e 40 Institutos com mais de 2 milhões de alunos. Mesmo contados aos milhares, representam 5,7% de todos os servidores da categoria. E recebem no mesmo Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação, PCCTAE.

O principal trunfo desses 7 mil servidores de TI é uma análise do próprio Ministério da Educação, de setembro de 2023, que aponta para salários muito abaixo de colegas nas estatais de TI, Serpro e Dataprev, ou mesmo dos ATIs do Ministério da Gestão, com diferenças que começam em 30% e superam os 140%.

“Um Analista de Tecnologia da Informação do PCCTAE possui remuneração inicial de R$ 4,5 mil em 2024, já um Técnico de Tecnologia da Informação este valor é de R$ 2,6 mil. Isso resulta na menor remuneração inicial de um profissional de Tecnologia da Informação no serviço público federal, gerando grande evasão nos patamares iniciais da carreira do servidor da área de TI que encontra oportunidades muito melhores na iniciativa privada ou migração de carreira através de outro concurso público”, diz o presidente da ATIFES, Ubirajara Cesário.

Sem surpresas para o mercado de tecnologia da informação, a Nota Técnica 78/2023/CGGE/DIFES/SESU/SESu, diz que “há uma grande dificuldade de ingresso e manutenção de servidores de TI nas instituições federais de ensino. Em que pese a nomeação de 3.091 servidores no período de 2014 a junho de 2023, neste mesmo período, ocorreram 2.801 vacâncias, ou seja, 90% de vacâncias em relação ao número de provimento”.


Segundo associação dos servidores de TI das IFEs, a situação tem provocado uma evasão recorde de profissionais, com 61,43% dos aprovados em concursos desistindo de assumir o cargo. “Os desligamentos de Analistas de TI aumentaram 113% em 2022 e 101% em 2023, evidenciando a busca por melhores oportunidades no setor privado ou em outros órgãos públicos”, diz a ATIFES. O resultado é que faltam 1,7 mil servidores para os cargos existentes.

A pauta dos servidores de TI das IFEs caminha no MEC, mas chega ao MGI, que é o grande RH da administração federal. O principal pedido é terem a mesma carreira dos analistas de TI da pasta, que oferece um salário inicial de R$ 11.150, seja por serem enquadrados naquela carreira ou pela criação de uma carreira específica de TI nas instituições federais de educação – com a remuneração dos ATIs federais.

89% dos Analistas de TI das IFES têm pós-graduação

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