Anatel: Conectividade significativa exige competição e preço baixo para aparelhos

Ao abrir nesta terça-feira, 25/4, o seminário Conectividade Significativa, um novo desafio para o Brasil, realizado em parceria com o BID, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, defendeu que um primeiro passo na melhoria da qualidade do acesso dos brasileiros à internet passa por tornar os dispositivos, notadamente smartphones, mais acessíveis, ou seja, com preços mais baratos. E que esse caminho pode ser alcançado com mais concorrência na oferta, não somente com políticas tributárias. 

“Quando a gente pensa em acesso, a primeira barreira é o próprio equipamento. E o que chama muita atenção é que hoje, no Brasil, quando pensamos nos celulares à disposição, em comparação com outros mercados, temos pouca diversidade”, destacou Baigorri. 

“No mercado brasileiro não temos dispositivos da Huawei, da Oppo, da vivo (fabricante chinesa também), que não têm atuação no país. Sempre que a gente pensa em como baratear, pensamos em isenção tributária. Mas acho que podemos pensar em como trazer mais competição para esse mercado, para que as forças de mercado façam que o custo dos parelhos sejam mais acessíveis ao cidadão brasileiro, de forma que essa primeira barreira de entrada possa ser superada”, reforçou o presidente da Anatel.

O seminário, organizado pela Anatel e pelo BID, discute durante dois dias, em Brasília, o conceito de Conectividade Significativa, que pode muito bem ser visto como o passo seguinte às discussões de inclusão digital. No caso brasileiro em especial, pode ser traduzido em políticas de qualidade do acesso à internet, diante dos avanços de cobertura galgados ao longo dos anos. 

“Nos próximos seis anos, a universalização será completada com os compromissos assumidos pelas prestadoras na licitação do 5G, somados ao Norte e Nordeste Conectcado, aos projetos apoiados com recursos do FUST e o programa Internet Brasil. Mas a busca pela conectividade significativa e universal depende, acima de tudo, de mudarmos o foco da atuação do Estado em telecomunicações para uma política pública centrada no cidadão que usa a internet, e não na rede que carrega o sinal”, resumiu o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. “Conectividade significativa pode ser definida de diversas maneiras, mas a mais simples é a internet que melhora a vida das pessoas”, completou. 


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