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Banco Central: Identidade financeira no DREX e integração com Gov.br

O Real Digital, ou DREX, como chamado pelo Banco Central, vem para aprofundar a experiência digital, que mostrou gigantesco potencial a partir do Pix e avança no ecossistema interligado promovido pelo Open Finance. 

“O Pix abriu a porta de entrada das pessoas no ambiente digital. A gente tem hoje 95% da população adulta operando por canais de internet e gerando informações que vão poder ser úteis para produzir novos serviços. Todas essas inovações dependem de dados. Se eu não conheço o cliente, se eu não sei o que ele está fazendo, eu não tenho o que oferecer para ele. Antes do Pix, as pessoas sacavam recurso e faziam pagamento em cash. Então o banco não sabia o que as pessoas estavam fazendo. O Pix abre essa janela para oferecer outros produtos, outros serviços. O pagamento foi super bem resolvido. E o Open Finance está trabalhando para expandir o acesso ao serviço para a população”, resumiu o o coordenador do Real Digital no BC, Fábio Araújo. 

Ele explicou durante o 4º Congresso Brasileiro de Internet, promovido pela Abranet, que “o DREX está sendo concebido como uma plataforma para prestar serviços financeiros usando a tecnologia de ativos digitais. Então, onde você tem o esforço no Open Finance de compatibilizar bancos de dados que foram criados ao longo do tempo, de forma fragmentada, com patrões diferentes, no DREX esses bancos e dados já nascem padronizados. Toda a informação já é padronizada no mesmo formato e toda a informação, a princípio, já está disponível para ser compartilhada, desde que as pessoas tenham as credenciais para isso”.

A padronização nativa é um dos trunfos do DREX. O passo seguinte é garantir credenciais adequadas. “Tem muita inovação dentro desse ambiente, porque estimula a inovação de credenciais digitais e identidade digital das pessoas. As informações estão padronizadas. Mas tenho que saber como dar acesso a essas informações para os outros, e preciso uma credencial para isso. Essa é uma discussão fundamental”.

“As credenciais ainda estão em fase de discussão, porque é um problema muito complexo. Quando você pensa em identidade digital, identidade é uma coisa global. Não é só a vida financeira da pessoa que está na identidade. Então isso ultrapassa o escopo do Banco Central. Apesar de a gente ter um banco de dados enorme, um sistema financeiro que pode ser usado para prestar a identificação das pessoas – o sistema financeiro está a cada segundo autenticando a identidade de milhares de pessoas – então muitas entidades, tanto no Brasil quanto fora do Brasil, avaliam que a gente tem que trabalhar em identidade financeira. Dentro dessa identidade, da mesma forma que tem as informações financeiras padronizadas no DREX, pode ter o registro médico da pessoa todo padronizado dentro do outro ambiente e a mesma identidade acessar toda essa informação, o que seria o ideal. O ideal é não ter uma identidade para o setor financeiro, uma identidade para o setor educacional, uma identidade para o setor de saúde, mas uma entidade que promova isso, e pode ser a partir do Gov.br, que tem avançado bastante.”


A questão é compatibilizar o perímetro regulatório do BC apontando para a interoperabilidade. “Os nós dessa rede são operados pelos agentes regulados do Banco Central. A gente tem a ideia de descentralizar ao máximo a prestação do serviço e a pergunta que vem é qual é o máximo. O Open Finance já respondeu. A gente pode ir até onde vai o perímetro regulatório do Banco. Se a gente precisar de mais agentes, cria essa entidade e traz para dentro do escopo regulatório do Banco Central.” Veja a participação de Fábio Araújo no 4º Congresso Brasileiro de Internet.

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