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Big techs terão corresponsabilidade em nuvem do governo

O Ministério da Gestão vai começar a consulta aos órgãos federais para medir quais têm interesse em partir na largada da licitação da “nuvem 3.0”, que precisa ser concluída até o final de 2024 para garantir cobertura diante de contratos próximos de vencer. 

Em entrevista ao CDCast, da Convergência Digital, durante o Secop 2024, o secretário de Governo Digital, Rogério Mascarenhas, explicou a nova contratação e como ela se casa com a estratégia de transformação digital que privilegia a infraestrutura das estatais Serpro e Dataprev. 

A SGD já tinha antecipado que, apesar da pressão, o edital não vai prever o catálogo aberto, ou seja, a inclusão de novos serviços de nuvem durante a vigência da ata de registro de preços. Outro ponto superado dentro do governo será a inclusão de corresponsabilidade dos grandes fornecedores – e não somente do broker ou orquestrador. 

“O que a gente está procurando fazer é focar nos dados. Tanto Serpro como Dataprev são nuvens concebidas e adquiridas de parceiros privados, mas a guarda do dado, a hospedagem, é feita dentro dessas empresas públicas. E isso é o fator de grande diferenciação. Pode usar os serviços, inteligência artificial, ou serviços quaisquer. A grande diferenciação é que, dependendo da classificação do dado, vai para esse ambiente. Não havendo, pela classificação que o próprio órgão faz, pode fazer o uso das contratações trazidas pela nuvem 3.0. É foco no dado, na questão de soberania de dados, onde esses dados estão no território nacional e dentro das empresas públicas”, disse Mascarenhas. 

Ele explicou que o processo começa com cada órgão fazendo a classificação dos dados sob sua responsabilidade. Se forem entendidos como dados estratégicos, precisam ser armazenados nas estatais ou no próprio órgão, caso tenha essa capacidade. 


“É um processo paulatino. O primeiro passo, até com atraso pela disponibilidade tecnológica, de como está difícil fazer aquisição de processadores no mundo, mas a gente já tem assinados contratos de grandes fornecedores com Serpro e Dataprev e estão sendo já instalados os equipamentos, os stacks, territórios de nuvem dentro dessas empresas. Então à medida que a disponibilidade desse ambiente se coloca, o processo vai se acelerando. Obviamente, tem que casar isso com os compromissos e contratações que cada um dos órgãos já tem. É uma jornada. Não vai acontecer um grande salto. Será gradual”, disse o secretário, com 2028 no horizonte. 

Para Mascarenhas, o novo modelo é uma transição natural. “A relação se mantém com o mercado, não está rompendo. O que a gente está fazendo é uma transição focada em dados. As empresas estão adaptando os seus mercados, as grandes players de nuvem já entenderam isso, tanto que a grande maioria das big techs está se adequando a essa realidade, mudando seus modelos de negócio.”

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