BNDES: quem define prioridade para provedores do RS é o Conselho Gestor do FUST
“É razoável priorizar quem já estava na região, mas essa orientação precisa vir do Conselho Gestor”, sinaliza o chefe de TI e Telecom do BNDES, Carlos Azen. Financiamento não reembolsável depende de novos recursos.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social admite que os financiamentos com recursos do FUST podem ser priorizados a provedores internet que foram diretamente afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Mas essa decisão deve ser do Conselho Gestor do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações.
“Ter alguma priorização àqueles que já estavam na região é uma tese que parece razoável. A gente pode ter mecanismos para efetivar, para implementar a aplicação do recurso com esta condição, mas precisamos que essa orientação venha do Conselho Gestor”, diz o chefe do departamento das industrias de TI, telecom e economia criativa do BNDES, Carlos Eduardo Azen, que discutiu o tema nesta sexta, 10/5, durante o seminário em comemoração aos 25 anos da Associação Neo.
Ele admite, no entanto, que o objetivo de reconectar as redes com maior velocidade pode pender na decisão do Conselho. “Do ponto de vista da população, existe uma urgência de que o serviço seja prestado. Pode haver uma decisão de o Conselho Gestor ser agnóstico a quem vai implementar essa infraestrutura.”
Segundo Azen, o BNDES terá condições de oferecer efetivamente as linhas de crédito em até duas semanas. “Tão logo a decisão do Conselho Gestor do FUST seja comunicada formalmente, vamos adotar os procedimentos do nosso lado para efetivar e implementar de forma operacional essa possibilidade. Estamos comprometidos a fazer isso da forma mais ágil possível. Nossa equipe técnica já vai fazer brevemente o desenho do repasse. Vai ser liberada pela diretoria do banco, que faz a precificação dessa aplicação. E a estimativa é de que em uma ou duas semanas a gente já tenha operacional essa possibilidade.”
A estimativa preliminar de provedores internet gaúchos é de que 600 mil conexões de banda larga fixa foram destruídas pela chuva no Rio Grande do Sul, em um universo de 3,5 milhões acessos no total, sendo 2 milhões deles fornecidos por prestadores de pequeno porte.
Uma segunda demanda do setor, de que os financiamentos se deem na modalidade não reembolsável, parece mais distante. Em especial porque dos R$ 75 milhões do FUST para esse tipo de empréstimo, R$ 63 milhões já foram comprometidos em outros projetos, voltados à conectividade de escolas públicas.