Bolsonaro escolhe empresário para comandar agenda de privatizações
A equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro confirmou nesta sexta, 23/11, que o empresário Salim Mattar, dono da locadora de veículos Localiza, aceitou convite para assumir a Secretaria Geral de Desestatização e Desimobilização, que será parte do novo Ministério da Fazenda, pilotado por Paulo Guedes.
“O empresário Salim Mattar aceitou o convite do futuro Ministro da Economia, Paulo Guedes, para assumir a Secretaria Geral de Desestatização e Desimobilização, que será criada como parte da estrutura do Ministério da Economia no novo governo.”, diz nota da assessoria do futuro ministro.
Neto de libaneses, Mattar, que foi office boy e trabalhou em armazém até ser dono da sua empresa, fundou a localiza quando tinha 24 anos. Hoje é presidente do conselho de administração da empresa, que se tornou a maior do ramo na América Latina. A nota do futuro governo também menciona que o empresário é integrante do Instituto Millenium, fundado por Paulo Guedes para promover o liberalismo econômico.
A agenda de privatizações é colocada como uma frente importante do novo governo. Nesta mesma sexta, o indicado para presidir o Banco do Brasil, Rubem de Freitas Novaes, afirmou que “a orientação é eficiência, enxugamento e privatização do que for possível”, o que vale portanto também para unidades do banco público.
Quem acompanha a nova equipe econômica já ouviu que a ideia é promover o máximo de privatizações, para que algo seja efetivamente desestatizado. A lógica aí é de que se o governo anunciar uma ou outra privatização, o sucesso será muito pequeno ou inexistente. E que o discurso de vender todas, utilizado pelo próprio Paulo Guedes durante a campanha eleitoral, ajudará na alienação de pelo menos um terço das estatais.
“Eu defendo privatizar tudo mesmo. O meu papel é sugerir tudo”, afirmou à época o futuro ministro da economia. Entre os alvos os mais comumente citados são Petrobras, Eletrobrás, Correios, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil. Quando perguntado se estatais como Serpro, Dataprev e Telebras estariam também na lista, Guedes mantém o discurso de que “todas estão”.
* Com informações da Agência Brasil