O Conselho Administrativo de Defesa Econômica vai analisar na reunião de 28 de maio a retomada do inquérito que investiga se o Google estaria desviando tráfego de sites de notícias e adotando práticas anticompetitivas no mercado de buscas online. O caso, arquivado pela Superintendência-Geral do CADE, foi reavivado após recomendação da conselheira Camila Alves, em março deste ano.
A investigação apura se o Google estaria utilizando conteúdo jornalístico – como manchetes, trechos de notícias e imagens – em seus serviços de busca (Google Search e Google News) sem compensação financeira aos veículos, reduzindo o tráfego direto aos sites das empresas de mídia. A prática, conhecida como scraping, poderia configurar abuso de posição dominante, já que o Google controla cerca de 90% do mercado de buscas no Brasil.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) alega que a conduta prejudica a receita publicitária das empresas jornalísticas, já que os usuários teriam menos incentivos para acessar os sites originais. Além disso, questiona-se se o Google estaria privilegiando seus próprios serviços em detrimento de concorrentes.
A SG/Cade havia arquivado o inquérito, argumentando que não havia indícios suficientes de infração à ordem econômica. No entanto, a conselheira Camila Pires recomendou a reabertura do caso, destacando a complexidade do tema e a necessidade de uma análise mais aprofundada pelo Tribunal. “Essas discussões refletem preocupações com o mercado digital e com o equilíbrio entre os interesses das plataformas e dos editores de conteúdo”, afirmou Pires em seu despacho.
