Cai o número de lares no Brasil com PC, tablet e telefone fixo
A PNAD Contínua IBGE, divulgada nesta quarta-feira, 29/04, aponta uma redução no número de domicílios com posse de microcomputador, tablet e telefone fixo. O percentual de domicílios com computador caiu de 43,4%, em 2017 para 41,7%, em 2018. O percentual de domicílios com tablet representa apenas 30% dos que têm computador, e caiu de 13,8% para 12,5%. “São bens que as pessoas precisam ter uma condição financeira melhor para comprar”, ressalta Alessandra Scalioni Brito, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
O levantamento ressalta que o rendimento médio per capita dos que utilizavam tablet – mesmo com os dispositivos em baixa- para navegar na internet era o dobro do recebido por aqueles que acessavam a rede pelo celular e 37,7% superior ao dos que usavam computador. A desigualdade social e digital é exposta pela PNAD Contínua do IBGE.
O estudo deixa transparente que ha uma diferença de renda per capita nos domicílios que não têm nem computador nem tablet – menos de um salário mínimo (R$ 957)- para os que tinham pelo menos um deles (R$ 2.404,). “O rendimento médio dos domicílios somente com tablet (R$ 1.305) ficou perto de 2/3 daquele dos que tinham somente microcomputador (R$ 2.046) e alcançou R$ 3.798 nos que tinham ambos os equipamentos, ressalta Alessandra Scalioni Brito, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Em 2018, não havia telefone – fixo ou móvel – em 5,1% dos domicílios pesquisados. O percentual é mais elevado nos domicílios nas Regiões Norte (10,0%) e Nordeste (9,6%), enquanto nas demais não ultrapassou 3%. O rendimento real médio per capita desses domicílios (R$ 728) representou menos da metade daquele dos que tinham telefone (R$ 1 643). Houve uma queda de 31,6% para 28,4% dos domicílios com telefone fixo e os que tinham celular permaneceu estabilizado em mais de 90%, passando para 93,2% em 2018. “Cresceu o número de domicílios que têm só celular”, diz Alessandra.
No meio de conexão à Internet, o estudo do IBGE revela que a banda larga móvel (3G ou 4G) mantém liderança (80,2%), mas o percentual de usuários da fixa (75,9%) vem se aproximando, o que prova o impacto da presença dos provedores de acesso à Internet no interior do País. No período de 2016 a 2018, constatou-se tendência de crescimento dos domicílios em que eram utilizados os dois tipos de banda larga e leve retração do uso de somente um tipo de conexão. Entre 2017 e 2018, o percentual de pessoas que tinham celular próprio subiu de 78,2% para 79,3%, chegando a 82,9% nas áreas urbanas e a 57,3% nas rurais. Já a proporção de domicílios com telefone fixo caiu de 31,6% para 28,4%, no período.
O fim da conexão discada
A parcela que utilizava conexão discada foi tornando-se cada vez mais irrelevante, tendo passado de 0,6%, em 2016, para 0,4%, em 2017, e baixado para 0,2%, em 2018, no País. Já o nível da banda larga móvel (3G ou 4G) manteve-se mais elevado que o da fixa, passando de 77,3%, em 2016 para 78,6% e para 80,2% em 2018; enquanto a proporção dos domicílios que utilizavam a banda larga fixa estava em 71,4%, em 2016, e evoluiu de 73,5% para 75,9%, de 2017 para 2018.
O percentual dos domicílios que tinham os dois tipos de conexão subiu de 52,3% para 56,3%. Já os que tinham apenas conexão por banda larga móvel caiu de 25,2% para 23,3% e naqueles em que havia somente o uso de conexão por banda larga fixa, de 20,2% para 19,0%.
Posse do celular
A posse do celular para uso pessoal atingiu 79,3% das pessoas, percentual que varia de acordo com as grandes regiões. Os maiores percentuais são no Centro-Oeste, 86,2%; no Sul, 84,3%; e no Sudestes, 84,1%. Norte, com 60,4% e Nordeste, com 60,7%, foram as regiões com menores percentuais.
Em relação ao perfil, 80,7% das mulheres têm celular e entre os homens o percentual é de 77,8%. Em termos etários, o perfil não é tão jovem quanto os que acessam à internet (maior percentual entre 18 a 29 anos). Os grupos etários de maior utilização concentraram-se na faixa de 25 a 39 anos. Nos grupos de 25 a 29 anos o percentual é de 89,7%; de 30 a 34 anos, o índice é de 90,3% e de 35 a 39 anos, 89,5%.
“Além disso, quanto maior a escolaridade maior o percentual de pessoas com posse de celular. Mas enquanto no acesso à internet 12% das pessoas sem instrução usavam a rede; no caso da posse de celular, o percentual é maior. Entre os que não têm instrução, 37,3% possuem celular, lembrando que muitas vezes o celular é um meio de contato para as pessoas conseguirem trabalho, principalmente entre os informais”, analisa Maria Lucia Vieira. Entre os 37,6 milhões de pessoas que não têm celular (20,7%), 28,0% alegaram que o aparelho é caro; 24,2% porque não têm interesse; 19,8% porque não sabiam usar; e 16,6% porque utilizava o celular de outra pessoa.
*Com informações da Assessoria do IBGE