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Datacenter verde e supercomputação são brechas para o Brasil ser relevante em inteligência artificial

"Mercado é concentrado, mas há espaço", diz Henrique Miguel, do MCTI

O desenvolvimento em escala de ferramentas de inteligência artificial é concentrado nas grandes multinacionais de tecnologia e a versão generativa amplificou esse domínio. Ainda assim, no governo brasileiro há uma avaliação de que tem espaço para o Brasil ter algum papel nesse ecossistema.

“Uma série de oportunidades foram identificadas que trazem, através da trilha de inteligência social, um conjunto enorme de tecnologias, de conhecimento, mas também de desafios e de investimentos necessários que nós temos plena capacidade de realizar. Então, não é algo que está fora do alcance do Brasil”, resume o secretário de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital do MCTI, Henrique Miguel.

Ao tratar de IA durante o Painel Telebrasil 2024, ele destacou oportunidades em datacenters de menor consumo energético, grandes modelos de linguagem em português-espanhol e na computação de alto desempenho.

“Há realmente uma concentração de mercado, as grandes empresas dominam as principais tecnologias e ferramentas. No entanto, identificamos que há espaço, sim, para o desenvolvimento de novas tecnologias, há espaço para o desenvolvimento de plataformas de equipamentos que tenham características que interessam à realidade brasileira. Por exemplo, data centers com menor consumo de energia ou que utilizem energias renováveis e sustentáveis. Seria uma grande vantagem do país em competição com os equipamentos alimentados a partir de geradores com consumo de energia não renovável”, afirmou o secretário.

“Outra oportunidade é o desenvolvimento de linguagens que incorporem, nativamente, a língua portuguesa, que pode ser combinada com a língua espanhola, que é muito próxima da nossa, e que vai atender uma grande comunidade, não só na América Latina, mas também em parte da Europa, da África e até na Ásia.”


“Há, também, a oportunidade do desenvolvimento de plataformas de processamento de alto desempenho, os conhecidos HPCs, que são utilizados nos data centers, em cooperação com países do mesmo porte do Brasil. A Índia tem uma linha de desenvolvimento nessa área. A Espanha nos procurou para desenvolvermos conjuntamente tecnologias utilizadas nas GPUs, nos NOS e nos HPCs.”

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