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Drex: insatisfeito com privacidade, Banco Central muda foco e fase 3 será sobre garantia de crédito

Para BC, a convergência do Drex, a moeda digital, com Pix e Open Finance será futuro do sistema financeiro nacional

Cobertura especial . Febraban Tech 2025

O Banco Central revelou nesta terça, 10/6, durante o Febraban Tech 2025, que a fase três do desenvolvimento do Drex, a moeda digital do Brasil, vai mudar o foco para aplicações que usem a plataforma em garantia de crédito.

“Na segunda etapa, que está sendo encerrada, buscamos que o mercado oferecesse modelos de negócio que poderiam se aproveitar da tecnologia. Acabamos selecionando 13 casos, sendo que cinco deles envolveram o uso de ativos para garantia de crédito. Teremos um relatório de avaliação, esperado até o fim de julho. E com esses resultados vamos tratar de desenvolver a arquitetura pensando em casos de uso de movimentação de ativos como garantia de crédito, o que será o foco da terceira fase da prova de conceito”, adiantou o secretário executivo do BC, Rogério Lucca.

Na visão do Banco Central, o futuro do sistema financeiro nacional implica na convergência das três infraestruturas – Pix, Open Finance e Drex. “A questão de pagamentos no Brasil está resolvida, com o Pix e o Open Finance. E vemos a convergência desses dois com o Drex para facilitar a vida do cliente. O Drex vai tratar de ativos tokenizados. Isso é infraestrutura, é encanamento. O que importa é a simplicidade e a segurança para o cliente no final. E garantir que o sistema financeiro nacional desenvolva serviços. Na convergência das três infraestruturas, o sistema vai atender o cliente final.”

O mercado financeiro sinalizou ter gostado, diante do anúncio feito em painel com representantes dos dois maiores bancos do país, Itaú e Bradesco, e com o CEO da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Leandro Vilain.

“As diretrizes da fase 3 são muito mais voltadas para o negócio e para o cliente, o que será muito importante para o sistema financeiro, que continua engajado no Drex. Tecnologia não é fim, é meio. Vai ser super relevante ter o pessoal de negócios engajado, conectado com a tecnologia para trazer benefícios para os clientes”, afirmou Vilain.


A mudança de foco, menos na tecnologia em si, e mais em um tipo de aplicação, também se deve a um dilema ainda a ser superado, como admitiu o secretário executivo do BC. Rogério Lucca reconheceu que o sistema deixou a desejar na questão da segurança de dados.

“O primeiro objetivo foi avaliar a privacidade. Do ponto de vista negocial teve sucesso, mas não nos dava conforto de aderência à legislação de privacidade. Entendemos que a tecnologia não nos dava esse conforto de aderência ao sigilo bancário e à proteção de dados. Isso foi muito acompanhado ao redor do mundo, até porque essa limitação não é nossa, mas da própria tecnologia em seu estágio atual”, disse Lucca.

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