
O governo dos Estados Unidos lançou uma nova estratégia na disputa global por supremacia tecnológica ao publicar uma ordem executiva que estabelece um programa de exportação de soluções completas de inteligência artificial. A medida cria o “American AI Exports Program“, iniciativa que pretende consolidar a liderança dos EUA no setor e reduzir a influência de potências rivais como China e Rússia no mercado internacional de tecnologias avançadas.
O programa, que será implementado pelo Departamento de Comércio nos próximos 90 dias, tem como objetivo principal financiar consórcios industriais para desenvolver e exportar pacotes tecnológicos completos de IA. Esses pacotes devem incluir desde hardware especializado como chips e servidores até sistemas avançados de processamento de dados, modelos de inteligência artificial prontos para implementação e aplicações práticas para setores estratégicos como saúde, agricultura e logística.
A estratégia vai além da simples comercialização de produtos. A ordem executiva prevê a mobilização de todo o aparato governamental norte-americano para promover essas tecnologias no exterior. O Departamento de Estado liderará um esforço diplomático para facilitar a adoção dos padrões americanos, enquanto agências de fomento oferecerão linhas de crédito e garantias para projetos selecionados. O plano inclui ainda apoio específico para pequenas empresas do setor de tecnologia, visando fortalecer toda a cadeia produtiva nacional.
Analistas internacionais comparam a iniciativa a um “Plano Marshall tecnológico”, em referência ao programa de reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial. No entanto, especialistas alertam para os desafios da estratégia, que incluem desde possíveis resistências de países preocupados com a dependência tecnológica até a concorrência com outros blocos, como a União Europeia, que desenvolve seus próprios padrões regulatórios para IA.
Embora a ordem executiva não mencione nominalmente a China, o texto é permeado por referências indiretas ao avanço tecnológico chinês. Um trecho destacado determina a necessidade de “reduzir a dependência internacional de tecnologias desenvolvidas por adversários”, numa clara alusão aos recentes progressos de Pequim em áreas como chips avançados e redes 5G.
A implementação do programa começa imediatamente, com o Departamento de Comércio abrindo em três meses uma chamada pública para selecionar os primeiros projetos. A seleção priorizará iniciativas que garantam componentes fabricados nos Estados Unidos,