Greve da TI federal compromete contratos e serviços
Ofício do SINFOR/DF ao Ministério da Gestão pede que governo evite a paralisação
O Sindicato das Indústrias da Informação do Distrito Federal enviou na quinta, 24/10, um ofício à ministra da Gestão, Esther Dweck, manifestando preocupação com o iminente movimento de greve dos Analistas em Tecnologia da Informação (ATIs) do governo federal.
“A interrupção ou redução da produtividade comprometerá gravemente a capacidade das empresas de tecnologia de honrar suas obrigações contratuais com o governo, podendo causar consequenciais adversas, tanto para as empresas quanto para a sociedade”, aponta o presidente do SINFOR/DF, Carlos Jacobino Lima.
Segundo o SINFOR/DF, os principais impactos envolvem a manutenção de empregos, o atraso nas licitações programadas, a interrupção dos processos de compras públicas gerados por uma possível paralisação, além da impossibilidade de prorrogação de contratos vigentes.
“Isso afeta diretamente as empresas que dependem desses contratos e também compromete a execução orçamentária dos ministérios. A falta de novas contratações ou a impossibilidade de concluir processos licitatórios agrava a situação, criando efeito dominó sobre a eficiência da administração pública”, diz o SINFOR à ministra da Gestão.
A queixa dos servidores é de que outras carreiras, como Funai, Agência Nacional de Mineração e os Analistas de Infraestrutura, obtiveram aditivos aos acordos firmados no ano passado, mas os ATIs e ATPS, não tiveram o mesmo sucesso. A reivindicação é pela equiparação dos salários de classe especial, último degrau da carreira, dos atuais R$ 21 mil para R$ 26 mil, como se deu com os AIEs.
Os ATIs adiaram para 28/10, dia do Servidor Público, uma assembleia para decidir se farão greve. Também avaliam reduzir as atividades ou mesmo entregar cargos. “Vamos traçar uma estratégia de paralisação, seja por meio de greve, operação padrão ou entrega dos cargos”, diz o presidente da Associação Nacional dos Analistas de TI, Thiago Aquino. Segundo a Anati, atualmente a categoria conta 412 analistas federais e mais de 70% tem cargos comissionados.
O SINFOR/DF pede que o governo federal atue “de forma ágil e diligente” para evitar a paralisação, sugerindo a abertura de diálogo com a categoria. O sindicato argumenta que o reconhecimento adequado desses profissionais é fundamental para garantir que a gestão da TI governamental “permaneça em mãos capacitadas”.