GSMA: há risco no uso do Wi-Fi 6E em ambiente outdoor
A indústria móvel tem conectado mais pessoas e mais dispositivos do que qualquer outra tecnologia, destacou Lucas Gallitto, diretor para Políticas Públicas para a América Latina na GSMA, durante sua apresentação no evento Wi-Fi 6E Brasil, organizado pelo Wi-Fi NOW, com a colaboração do portal Convergência Digital, nesta quarta-feira, 3/3.
“Não se trata apenas de conectar pessoas a um mundo cada vez melhor, mas também de como a indústria de celular tem contribuído para o PIB. O porcentual de contribuição para o PIB, globalmente, vem aumentando”, disse. “O espectro licenciado tem desempenhado um papel fundamental na entrega de serviços de boa qualidade”, acrescentou.
Gallitto defendeu dividir o bloco de 6 GHz e escolher a parte inferior de 5,925 MHz a 6,425 MHz, na qual disse haver potencial para uso licenciado ou não licenciado, seja 5G ou outra tecnologia como Wi-Fi.
Sobre a faixa de 6,425 MHz a 7,125 MHz, objeto de discussões na WRC-23, o diretor da GSMA explicou que, embora saiba que não faz parte da agenda da região, considera que há impulso na adoção. O executivo ressaltou que 5G-NR e 5G-NR em faixa não licenciada não são a mesma coisa, quando se trata de mobilidade, confiabilidade e a taxa de transferência percebida.
Outro aspecto abordado por ele foram as necessidades de espectro em bandas intermediárias. “Não se trata apenas de a indústria móvel precisar de mais espectro, trata-se de nós, consumidores, e do nosso uso que demanda mais espectro”, disse. “Cidades como São Paulo, dependendo da atividade, vão precisar entre 300 a 1.200 megahertz mais em mid-bands para serviços móveis. Então, eu acho que isso é uma preocupação da indústria móvel.”
Mas de onde virá esta banda? Segundo ele, há uma gama de bandas na agenda da WRC-23, e bandas baixas, bandas médias e bandas de capacidade que ainda estão indefinidas. “São bandas distintas para serviços diferentes”, assinalou.
Ao finalizar sua fala, Gallitto lembrou que ainda existe o debate sobre o uso da faixa para indoor e outdoor e que há preocupação do uso de Wi-Fi 6 no outdoor. “Estamos preocupados com relação a isso, não só estudos que não foram feitos, mas porque o risco é alto; achamos que são necessários mais testes, já que não está maduro ainda”, disse. “Será necessário espectro. Então, consideramos que a faixa de 6 GHz é a mais viável para atender a essas necessidades de espectro de banda média.”