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O Brasil registrou um salto significativo no nível de escolaridade da população adulta nas últimas duas décadas, mas ainda enfrenta desafios para reduzir desigualdades e ampliar o acesso à educação, especialmente em áreas como tecnologia e ciências. É o que revelam os dados preliminares do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta quarta, 26/2, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
De acordo com o levantamento do IBGE, a proporção de brasileiros com 25 anos ou mais que concluíram o ensino superior praticamente triplicou entre 2000 e 2022, passando de 6,8% para 18,4%. O percentual de pessoas sem instrução ou que não concluíram o ensino fundamental caiu de 63,2% para 35,2% no mesmo período. Já o grupo com ensino médio completo ou superior incompleto aumentou de 16,3% para 32,2%, enquanto aqueles com fundamental completo e médio incompleto passaram de 12,8% para 14,0%.
O Censo 2022 também trouxe dados sobre a frequência escolar em diferentes faixas etárias. Entre crianças de 0 a 3 anos, apenas 33,9% estavam matriculadas em creches ou escolas. Já na faixa de 4 a 5 anos, a taxa de frequência escolar bruta chegou a 86,7%, refletindo um avanço na educação infantil. Para crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, o índice foi de 98,3%, mostrando uma universalização quase completa do ensino fundamental.
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No entanto, o cenário se complica entre os jovens de 15 a 17 anos, faixa etária correspondente ao ensino médio, onde a taxa de frequência escolar cai para 85,3%. Entre os jovens de 18 a 24 anos, apenas 27,7% estavam matriculados em instituições de ensino, o que reflete desafios na continuidade dos estudos após o ensino médio. Já entre adultos com 25 anos ou mais, a taxa de frequência escolar foi de apenas 6,1%.
O Censo 2022 também detalhou a distribuição dos graduados por áreas de formação. O Direito lidera o ranking, com 2.467.521 profissionais formados, seguido por Medicina, com 553.538 graduados. Na área de Computação e Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), o número de graduados chegou a 817.625.
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O levantamento destacou uma forte disparidade de gênero em áreas como Ciência da Computação, onde 79,6% dos graduados são homens – percentual que sobe para 82,7% entre os profissionais com menos de 29 anos. Essa área é a segunda com maior desigualdade entre os sexos, atrás apenas de Engenharia Mecânica e Metalurgia, onde 92,6% dos graduados são homens.
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