Lula: Telebras tem R$ 1 bi em caixa e precisa investir
Preferência em contratos vai tirar empresa da lista de estatal dependente
Em visita ao Centro de Operações Espaciais da Telebras, em Brasília, nesta terça-feira, 27/8, o presidente Lula apontou o caminho para a recuperação da empresa, com o caixa fortalecido por contratos com o governo federal. Ele também indicou como a estatal deve agir para reverter o tratamento da estatal dependente depois de ter acesso a R$ 1 bilhão para investimentos.
“Quero que a Telebras possa virar motivo de orgulho em se tratando de informação, de comunicação. Vamos destravar essa empresa, porque ela tem R$ 1 bilhão em caixa e é preciso utilizar esse dinheiro. Não adianta uma empresa com dinheiro em caixa sem poder gastar. E também não adianta ter uma empresa pública se o Estado não pode contratar serviço dela. Vamos fazer o óbvio para fazer esse país acontecer. A Telebras voltou. E ela veio para ficar”, afirmou Lula.
O primeiro passo foi garantir musculatura financeira de forma que a Telebras deixe de figurar como estatal dependente do Orçamento da União, onde foi colocada a partir de 2020. “Recentemente veio um decreto importantíssimo, ligando o poder de compra do Estado e o fortalecimento da empresa pública. O decreto vai contribuir para fortalecer as receitas da Telebras, para que ela saia da situação de dependência e possa fazer o que a gente mais precisa dela, que é investir’, explicou a ministra da Gestão, Esther Dweck.
Não por menos, durante a visita de Lula, a Telebras assinou o primeiro contrato após o Decreto 12.124/24, que determina aos órgãos públicos a preferência pela estatal em serviços de conexão. É contrato de R$ 153 milhões, por cinco anos, para fornecer “conectividade segura” para 409 agências do Ministério do Trabalho.
Como destacou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, “é apenas o primeiro. A Telebras vai ser cada vez mais prestadora de soluções de conectividade para o governo federal”. Ele também destacou que a Telebras detém um dos dois data centers do país com certificação Tier 4, o único estatal – o outro é de um banco privado.
Conexão e data center formam a combinação chave para as grandes estatais de TI do país, como reforçou a ministra da Gestão, Esther Dweck. “Telebras, Serpro e Dataprev, juntas, têm condições de nos dar soberania e segurança sobre os dados dos brasileiros”, disse a ministra.
Segundo ela, o contrato com o Ministério do Trabalho é também um passo adiante no projeto de ter agências físicas por todo o país que forneçam conectividade e apoio aos serviços públicos, que têm acesso prejudicado pelas baixas franquias de dados móveis para grande parte da população.
“Todas essas agências que vão ter uma grande conectividade, seja dos Correios, seja a da Previdência, seja do Ministério do Trabalho, elas serão, no futuro próximo, agências do nosso ‘Balcão Gov.br’. A população brasileira é muito conectada, mas, infelizmente, conectada no celular com um plano de dados baixíssimo, que muitas vezes não conseguem acessar os serviços do próprio governo.”