Mercado brasileiro prevê explosão de negócios P2P

O modelo de pagamento P2P (person-to-person) e as tecnologias que o suportam não são novos. Trata-se de um sistema, ou sistemas, online que permitem às pessoas físicas transferirem fundos para outras pessoas diretamente de seus celulares ou computadores.

Esses sistemas já se encontram em funcionamento em alguns países. No Brasil, apesar da tecnologia, falta que o Banco Central regule seu funcionamento para que ele possa ser oferecido pelo mercado. Para o presidente da Mastercard para a América do Sul, José Pedro Paro Neto, isso deve ocorrer em breve. “Acreditamos que esta regulação deve estar pronta até o final do ano e que veremos os primeiros serviços disponíveis a partir de 2019”, previu.

A regulação, e a consequente liberação dos serviços, deve provocar uma pequena revolução no mercado, uma vez que os serviços podem, em teoria, ser oferecidos por qualquer empresa que disponha de meios digitais para isso. “A Mastercard certamente será um desses players”, afirmou o executivo. E não só a Mastercard. O vice-presidente sênior da Wipro, Fabiano Funari, lembrou que o mundo das transações financeiras também é imediatista. “Por isso muitos atores estão se modernizando para participar desta nova realidade”, apontou.

Funari acredita que esta participação se dará de diferentes maneiras: novos modelos de negócio, tecnologias móveis, troca de mesnagens etc. “Não se trata mais de falar de um ambiente que dominamos e de fazer bem feito o que fazemos bem. Temos que ter criatividade e agilidade para lidar com concorrentes e clientes desconhecidos”, disse.

Ele afirmou que os grandes impulsionadores das redes P2P no Brasil serão a tecnologia e a regulamentação. “Do ponto de vista tecnológico, está claro que temos um ambiente bastante evoluído. Já do ponto de vista de regulamentação, temos que entender que uma vez que o modelo seja definido, o mercado deve ter um impulsionamento maior, recebendo mais investimentos. Os países que trataram de forma ágil a parte regulatória estão liderando este setor”, acredita, lembrando que as maores oportunidades estão nos mercados emergentes, onde o celular tem sido instrumento de bancarização da população.


“Na Índia e na China, por exemplo, há um caixa eletrônico para cada 10 mil pessoas e 9 mil celulares para o mesmo grupo de pessoas”, afirmou, reiterando que a China tem hoje 73% de adoção de pagamentos móveis e que o Brasil também tem grandes possibilidades. “Os bancos estão investindo bastante e vão continuar porque o P2P vai mudar o modelo de competição nas transações online”, concluiu.

Assistam à entrevista da CDTV, do portal Convergência Digital, com o presidente da Mastercard para a América Latina, José Pedro Paro Neto.

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