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Nova identidade usa segurança via QR Code desenvolvida pelo Serpro

A nova carteira de identidade do Brasil será pelo celular, mas o público geral só deve ter acesso a partir de julho, se correr como esperado o cronograma do Tribunal Superior Eleitoral, que coordena a empreitada. O sistema que dá suporte ao novo documento, porém, já está de pé. Desenvolvido pelo Serpro, ele já incorpora o que funciona como a segurança do Documento Nacional de Identificação: um sistema por QR Code criptografado capaz de reconhecer se a documentação é legítima ou foi adulterada. 

A primeira trava de segurança é uma senha de seis dígitos que precisa ser inserida a cada uso do DNI. Mas como explica o Serpro, mesmo que haja a quebra dessa senha, o sistema foi projetado para que qualquer modificação do documento não seja reconhecida pelo QR Code, que é um código bidimensional lido como uma fotografia. 

“Vamos supor que eventualmente houve um roubo, e quem roubou quer usar o documento para fazer fraude. Mesmo se conseguir quebrar a senha ele vai ter acesso as informações do DNI, mas não vai conseguir alterar as informações do documento. Se algo for alterado, o QR Code fica corrompido e não vai bater com as informações. Ou seja, se hackear, trocar nome, trocar foto, não consegue violar o QR Code criptografado. Os dados que vão aparecer serão os corretos, não vai bater com o documento fraudado”, explica o diretor de operações do Serpro, Iran Porto Júnior. 

No caso de perda ou furto do celular, a emissão de um novo DNI automaticamente anula aquele que estava armazenado no aparelho perdido. Além disso, o sistema possui uma segunda camada de segurança, a partir de uma marca d’água digital que periodicamente atualiza a data e hora de uso do documento. “Imagine que estou aqui no Serpro, você em outra empresa e quero mandar o documento, mas não presencialmente. Posso compartilhar o DNI e você tem como verificar se realmente emiti o documento naquele momento, e não algo que já estava armazenado”, completa o gerente de produto e serviço do Serpro, Rodrigo Mendes. 

Essa solução da marca d’água foi desenvolvida pela parceira privada do projeto, a MBA Mobi, de Brasília, também responsável pela interface baixada nos smartphones. Ao Serpro coube, além da segurança via QR Code, o sistema que será utilizado nos atendimentos para emissão do DNI – algo que ainda está sendo organizado pelo TSE, mas que provavelmente vai incluir as juntas eleitorais e, eventualmente, até mesmo os institutos de identificação dos estados. 


É que para emitir o novo documento, primeiro é preciso baixar o aplicativo, em versões Android e iOS, para o celular. Ele ocupa 15 MB da memória do aparelho. Nesse app, o cidadão faz um pré-cadastro, para em seguida se dirigir pessoalmente aos postos de atendimento. Ali, uma interface do Serpro faz o batimento de duas digitais com a base biométrica do TSE – que até aqui tem 73 milhões de eleitores, mas que aos poucos será estendida para chegar aos 150 milhões de brasileiros com direito a votar e ainda para os menores de 16 anos. 

Paralelamente, coube ao Serpro a interoperabilidade do DNI com a base do TSE mas também com as bases de dados do governo federal, como CPF, e para prestação de serviços públicos. Um dos objetivos com a carteira de identidade digital é garantir autenticação simples para o acesso a esses serviços, como SUS, programas sociais, Ministério do Trabalho, etc. 

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